Da AFP
A aeronave caiu em uma área coberta de neve, de difícil acesso, o que irá certamente causar grandes problemas para as equipes de resgate
Foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP
Cento e cinquenta pessoas
morreram nesta terça-feira no acidente do avião Airbus A320 da companhia
de baixo custo Germanwings, pertencente à alemã Lufthansa, que caiu nos
Alpes franceses, anunciaram as autoridades francesas.
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Todos os passageiros e tripulantes do
avião, que viajava de Barcelona a Dusseldorf (Alemanha), morreram. As
vítimas eram espanholas, alemãs e, sem dúvida, turcas, segundo anunciou o
presidente francês François Hollande.
Na coletiva de imprensa, representantes
da empresa aérea alemã informaram que o piloto do avião tinha mais de 10
anos de experiência e seis mil horas de voo. Também explicaram que a
queda do voo durou aproximadamente oito minutos.
O avião transportava 67 alemães, de
acordo com as primeiras informações disponíveis, informou um dos
funcionários da empresa, Thomas Winkelmann, acrescentando que este
número pode mudar.
Dos 144 passageiros que o avião transportava, dois eram bebês, segundo ele.
Aparentemente, não há franceses entre os mortos.
Martí Pujol, prefeito de Llinars del
Vallés, declarou temer que um grupo de adolescentes da Alemanha que
acabara de concluir um intercâmbio escolar em uma cidade próxima a
Barcelona provavelmente tenha embarcado no voo para Dusseldorf.
"Havia 16 adolescentes e duas
professoras que estavam aqui há uma semana. São jovens de uns 15 anos,
mais ou menos", disse Martí Pujol, prefeito de Llinars del Vallés.
"Saíram hoje de manhã e alguns dos professores daqui sabiam o horário, o número de voo e a companhia", completou.
A chanceler alemã Angela Merkel declarou
estar arrasada com a catástrofe e indicou que viajará na quarta-feira
"para averiguar a situação e conversar com as autoridades locais". Por
sua vez, o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, se declarou
consternado pela tragédia.
Pouco após sua chegada a Paris para uma
visita de Estado, o rei Felipe VI da Espanha anunciou a suspensão da
agenda. Em uma declaração na escadaria do Palácio do Eliseu, após uma
reunião com o presidente francês, o rei afirmou que tomou a decisão em
conjunto com François Hollande e após uma conversa com o presidente do
governo espanhol, Mariano Rajoy".
A Direção de Aviação Civil francesa
(DGAC), sem contato com a tripulação da aeronave e nenhum sinal de
radar, declarou o voo em perigo às 9h30 GMT (6h30 no horário de
Brasília), perto da pequena cidade de Barcelonnette.
A tripulação do avião não chegou a emitir um sinal de emergência, segundo a DGCA.
"A tripulação não chegou a emitir o
alerta de 'Mayday'. Foram os controladores aéreos que decidiram declarar
que o voo estava em emergência, já que não havia nenhum contato com a
tripulação e o avião", explicou.
O diretor da Lufthansa indicou que "não sabe o que aconteceu com o voo 4U 9525".
Uma testemunha que estava esquiando nas
imediações do acidente relatou a um canal de televisão francês ter
"ouvido um barulho muito alto".
Área de difícil acesso
A aeronave caiu em uma área coberta de
neve, de difícil acesso, o que irá certamente causar grandes problemas
para as equipes de resgate, que foram imediatamente enviadas para o
local do acidente.
Um helicóptero da gendarmeria francesa
sobrevoou a região e confirmou o acidente em uma cadeia de montanhas que
se eleva a mais de 2.000 metros de altitude.
Destroços da aeronave foram vistos pela tripulação do helicóptero em uma área de vários quilômetros quadrados.
De acordo com o ministro francês dos
Transportes, Alain Vidal, "as condições meteorológicas não eram
particularmente ruins" no momento do acidente e a aeronave não era
velha.
O primeiro-ministro francês, Manuel
Valls, indicou que não tem informações sobre "as razões do acidente
(...) Tudo está sendo feito para alcançar o local, para entender o que
aconteceu e para acolher as famílias das vítimas nas melhores
condições", disse ele.
"Neste estágio, nenhuma hipótese pode ser descartada para explicar o acidente", destacou Valls.
Uma célula de crise interministerial foi
imediatamente acionada e recursos de emergência significativos foram
mobilizados localmente.
"Esta é uma tragédia, uma nova tragédia
aérea, vamos analisar todas as causas e, é claro, comunicaremos as
autoridades espanholas, alemãs e às famílias", garantiu o presidente
François Hollande.
Este desastre é o primeiro na França
desde a queda de um Concorde da Air France, que causou 113 mortes (100
passageiros, 9 membros da tripulação e quatro mortos no chão) em 25 de
julho de 2000, pouco depois de sua decolagem do aeroporto Roissy-Charles
de Gaulle.
Também é o mais grave no país em mais de
30 anos, após a queda de um DC-9 da empresa iugoslava Inex Adria em uma
montanha da Córsega (180 mortes).
O pior desastre aéreo na França
aconteceu em 3 de março de 1974, quando um DC-10 da Turkish Airlines
caiu ao norte de Paris, causando 346 mortes.
As ações do grupo aéreo Airbus desabavam nesta terça-feira na Bolsa de Paris, seguidos pelos da Lufthansa.
Um porta-voz da Airbus disse "não ter
informações" nesta fase sobre as circunstâncias do acidente e indicou
que um centro de crise tinha sido aberto.
O A320 é uma aeronave antiga, fabricada
pela Airbus, com mais de cinco mil exemplares em circulação, que tem uma
boa reputação de confiabilidade.
FONTE: JC ONLINE
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