JURANDIR CZACZKES CHAVES. Esse era seu nome verdadeiro. Nasceu a 22 de outubro de 1938, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Era filho de um judeu austríaco e de de uma filha de um judeu lituano. Ele manteve sua carreira por 60 anos, sempre crítico político, sem dúvida, o maior de todos, pois não via cor, partido, nada. Tal coisa lhe custou a permanência no Brasil durante a famigerada ditadura militar, que não admitia críticas, e teve que passar um tempo em Portugal e na Itália. Foi também crítico da grande imprensa e do mercado fonográfico. Prevendo que não teria espaço nas gravadoras, lançou sua própria gravadora independente, a Sdruws Records.
Costumava-se apresentar com um violão nas costas e descalço, e ficou famoso pelo bordão: "Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar seu caviar". Algumas de suas canções mais conhecidas são "Caixinha, Obrigado", "A Cúmplice", "Menina", "Que Saudade", "Por quem sonha Ana Maria" e talvez a mais famosa de todas, "Presidente Bossa Nova". Mostrando sua imparcialidade, o mesmo que fizera críticas ao Regime Militar lançou a canção "Adeus em ritmo de Lava Jato", denunciando os escândalos de corrupção envolvendo o PT. Chegou a ser candidato a senador na Bahia pelo PSDC (atual DC), ficando em quarto lugar, tendo 19.603 votos. Suas propagandas em formato de poesia o distinguia dos demais candidatos.
Para encerrar esse texto, vale lembrar que Juca, que tanto denunciou de forma bem humorada a situação política do Brasil, também chegou a fazer uma campanha para relembrança do Holocausto, o crime cometido pelos nazistas contra os judeus. O próprio Museu do Holocausto postou uma homenagem à ele, postando uma foto de quando ele esteve no local, segurando o cartaz com os dizeres: "Holocausto. Não vou deixar acontecer de novo." Juca Chaves era próprio descendentes de judeus que sofreram perseguições na Europa naquele período tenebroso da História.