LEPTOSPIROSE
Tudo
que o homem necessita para sua sobrevivência é obtido no meio ambiente, a
partir da utilização dos recursos naturais: água, ar, alimento, matéria-prima e
energia.
Constantemente
estão sendo efetuadas mudanças no ambiente natural, as quais podem refletir-se
negativamente no próprio ser humano, causando-lhe doenças e mortes.
A
incidência e a transmissão de doenças dependem das condições, favoráveis ou
não, que o meio propicie a elas. A presença de lixo num ambiente pode favorecer
a sobrevivência de macro e micro-organismos que fazem parte da cadeia de
transmissão de doenças.
Diante
do exposto, junto com o lixo, observamos que a presença de moscas, baratas,
mosquitos e ratos podem constituir-se em vetores de transmissão de muitas
doenças. A leptospirose é um exemplo disto. Esta doença resulta da exposição direta ou indireta à urina de
animais infectados (principalmente, ratos), sendo causada por uma bactéria do
gênero Leptospira (Leptospira interrogans é a espécie mais
importante).
A
leptospirose apresenta duas fases evolutivas:
Fase precoce
|
Com frequência diagnosticada
como “síndrome gripal”, “virose” ou outras doenças que ocorrem na mesma
época, como dengue ou influenza. Geralmente nesta fase é associada a intensa
mialgia, principalmente em região lombar e nas panturrilhas.
|
Fase tardia
|
Em aproximadamente 15% dos
casos há evolução para manifestações clínicas graves, que se iniciam após a
primeira semana da doença, podendo ocorrer mais cedo em formas fulminantes.
|
CASO SUSPEITO DE LEPTOSPIROSE
- Indivíduo com febre de início súbito, mialgias, cefaléia, mal estar e/ou prostração, associados a um ou mais dos seguintes sinais e/ou sintomas: sufusão conjuntival ou conjuntivite, náuseas e/ou vômitos, calafrios, alterações do volume urinário, icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas), fenômeno hemorrágico e/ou alterações hepáticas, renais e vasculares compatíveis com leptospirose ictérica (Síndrome de Weil) ou anictérica grave.
- Indivíduo que apresente sinais e sintomas de processo infeccioso inespecífico com antecedentes epidemiológicos sugestivos nos últimos 30 dias anteriores à data de início dos primeiros sintomas.
Os antecedentes epidemiológicos
sugestivos são:
- exposição a enchentes, alagamentos, lama ou coleção hídrica;
- exposição a esgoto, fossas, lixo e entulho;
- atividades que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, catador de material para reciclagem, limpeza de córregos, trabalhar em água ou esgoto, manejo de animais, agricultura em águas alagadas;
- vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial;
- residir ou trabalhar em áreas de risco para leptospirose.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE
- Controle de roedores através de medidas de antirratização e desratização. A antirratização consiste na modificação das características ambientais que favoreçam a entrada, a instalação e a livre proliferação de roedores, por meio da eliminação dos fatores que favoreçam o acesso desses animais a alimento, água e abrigo. A desratização visa a eliminação direta dos roedores através de métodos mecânicos (ratoeiras) e químicos (uso de raticidas);
Ratazana ou rato de esgoto (Rattus
norvegicus)
- Remoção e destino adequado de restos de alimentos, excretas, cadáveres e restos de animais; armazenamento apropriado dos alimentos em locais inacessíveis a roedores; limpeza e desinfecção permanente de canis ou locais de criação;
- Coleta, acondicionamento e destino adequado do lixo (principal fonte de alimento para roedores);
O
lixo doméstico deve ser acondicionado em latões tampados para que não sejam
acessados por roedores. Se forem, no entanto, acondicionados em sacos
plásticos, estes não devem ser deixados nas calçadas, ao nível do piso à
espera do caminhão coletor; devem ser dispostos sobre anteparos apropriados
que os mantenham longe do solo ou sobre o muro da residência, se este for de
uma altura que permita ser recolhido manualmente pelo gari.
Disposição do lixo fora da lixeira facilitando o
alcance pelo roedor
|
- Manutenção de terrenos baldios, públicos ou privados, murados e livre de mato e entulhos, evitando condições à instalação de roedores;
- Utilização de água potável, fervida ou clorada para consumo humano;
- Limpeza e desinfecção adequada dos reservatórios domésticos de água (caixas d’água);
- Limpeza e desinfecção de áreas domiciliares que sofreram inundação recente; após as águas baixarem será necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo). Lavar o chão, paredes e objetos caseiros, desinfetando com água sanitária (2 copos de 200ml de água sanitária ou hipoclorito de sódio à 2,5% para 20 litros de água);
- Os trabalhadores ou indivíduos expostos a risco devem se proteger através do uso de equipamentos de proteção individual como botas e luvas;
- Desassoreamento, limpeza e canalização de córregos; drenagem de águas livres supostamente contaminadas; construção e manutenção permanente das galerias de águas pluviais e esgoto em áreas urbanas;
- Evitar exposição de ferimentos às águas/lama de alagamentos ou outra situação de risco;
- Imunização de animais domésticos (cães, bovinos e suínos) com vacinas de uso veterinário.
Referências
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8º ed. Brasília, DF, 2010.
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia leptospirose: diagnóstico e manejo clínico. Brasília, DF, 2009.
- MOTA, Suetônio. Saúde Ambiental. In: ROUQUAYROL, Maria Zélia (Org.); GURGEL, Marcelo. Epidemiologia & Saúde. 7º ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2013. p. 383-399.
DENGUE EM LIMOEIRO
Periodicamente, estamos divulgando as notificações de casos de dengue em
nosso município e até a semana epidemiológica 21 (até o dia 25 de maio) o setor
de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde registrou um total de 43
casos notificados suspeitos (sendo 11 casos confirmados e 7 casos descartados). Também estamos divulgando o resultado do
LIRAa (Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti) da cidade de Limoeiro
realizado no período de 29 de abril a 03 de maio de 2013. Neste levantamento
foram visitados 2.924 imóveis da área urbana e apresentou resultado de 3,2%, que é considerado pelo Ministério
da Saúde como alto risco para surto
de dengue, lembrando que no último levantamento realizado em março o índice
verificado foi de 2,3% e classificava a cidade como médio risco.
Classificação do I.I.P.
|
Localidades
|
Satisfatório
(<
1%)
|
Severino
Pinheiro (0,7%)
|
Situação
de Alerta
(1% -
3,9%)
|
João
Ernesto (2,2%)
Ponto
Certo (1,2%)
São
Sebastião (2,6%)
Santa
Luzia (1,1%)
Centro
(1,3%)
Redentor
(1,1%)
Santo
Antônio (3,5%)
São
Jorge (3,4%)
Juá
(2,6%)
Otácio
de Lemos (3,7%)
Santa
Terezinha (3,8%)
Loteamento
Santana (3,3%)
|
Risco
de Surto
(>
3,9%)
|
Nossa
Sra. de Fátima (8,5%)
Pirauira
(4,7%)
Fernandes
Salsa (5,1%)
|
I.I.P. do Município
|
3,2%
|
Quadro 1. Índice de infestação predial (I.I.P.) da cidade de Limoeiro.
No quadro a seguir, observamos o resultado do levantamento do índice de
infestação predial do Aedes aegypti na
Zona Rural:
Classificação do I.I.P.
|
Localidades
|
Satisfatório
(<
1%)
|
Bordão
Velho (0,92%)
Cabeça
de Vaca (0,0%)
Espíndola
(0,0%)
Feiticeiro
(0,0%)
Ilhetas
(0,68%)
Lagoa
Vermelha (0,4%)
Pitombeira
(0,35%)
Ribeiro
Grande (0,0%)
Serra
do Carneiro (0,0%)
Sítio
Mendes (0,0%)
Travessia
(0,0%)
Urucuba
(0,77%)
Vila
Mendes (0,79%)
|
Situação
de Alerta
(1% -
3,9%)
|
Convale
(1,02%)
Gameleira
(2,68%)
Parnazo
(1,46%)
Ribeiro
do Mel (1,43%)
Tabuleiro
(2,86%)
|
Risco
de Surto (> 3,9%)
|
Campo
Grande (5,16%)
Duas
Pedras (4,55%)
Lagoa
do Couro (5,06%)
|
Quadro 2. Índice de infestação predial
(I.I.P.) da Zona Rural de Limoeiro.
REUNIÃO
DO COMITÊ DA DENGUE
No dia 22 de maio de
2013 foi realizada a 1° reunião do Comitê Municipal de Mobilização Social de
Combate a Dengue no auditório da Secretaria Municipal de Saúde onde foram
apresentados os índices entomológicos e epidemiológicos do munícipio. Além dos
componentes da Câmara Técnica do Comitê, estiveram presentes: Secretário de
Saúde Dr. Orlando Jorge (Coordenador do Comitê), representantes da Secretaria
de Educação, Associação de moradores do Bairro Santo Antônio, Tiro de Guerra,
II GERES, Codesul e Comong. Durante a reunião Dr. Orlando falou da importância
do Comitê no tocante a mobilização social e apoio da Secretaria de Saúde na
realização das ações de controle do vetor da dengue. Ficou deliberado pelos
presentes, uma reunião extraordinária para discussão das ações de mobilização a
serem desenvolvidas no município, sendo emergencialmente programada uma ação
para o mês de junho com o tema “Brinque o São João sem Dengue”. Tendo em vista
que a cidade nos próximos dias receberá um grande fluxo de visitantes e
turistas em função de ser um dos pólos de festejos juninos de Pernambuco.
Informação da Secretaria de Saúde e Vigilância em Saúde Ambiental Limoeiro
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