Em um bate-papo recente promovido pela Prefeitura de Suzano, na Grande São Paulo, Caio Blat conversou com artistas locais sobre aspectos de sua carreira e do cotidiano dos bastidores da TV e do cinema.
O ator, que vem se dedicando aos filmes já há alguns anos, não poupou críticas à Globo Filmes, uma das empresas das Organizações Globo, a qual possui contrato pela Rede Globo.
"A distribuição ainda é uma coisa absolutamente predatória. Ainda há um monopólio (…) E o que elas fazem é absolutamente cruel. Elas sugam os filmes. Elas não fazem seu filme crescer. São grandes corporações, não são pequenas produtoras", disse ele.
Caio ainda deu continuidade: "Nos últimos 7 ou 8 filmes que eu fiz eu entrei como produtor do filme também, que é uma forma de você interferir no roteiro, na produção, montagem (…) E aí eu descobri como que a coisa tava acontecendo na hora da distribuição. E era uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".
Ele ainda descreveu como a situação ocorria: "Eu ia sempre pra Globo pra divulgar os filmes que eu tava fazendo. Eu ia lá no Vídeo Show, ia lá no programa do Serginho Groismann, e achava que isso era um trabalho natural de divulgação. E aí eu descobri que essas coisas são pagas. Que quando eu vou no programa do Jô Soares pra fazer uma entrevista que ele mostra um trecho do filme, isso é considerado uma ação de merchandising e não de jornalismo. A Globo, a TV Globo, faz uma ação de merchandising pro filme e apresenta um custo, uma fatura, pra Globo Filmes pagar. Ela cobra dela mesma".
A cobrança, segundo Caio, vem da própria negociação. O filme que tem parceria com a Globo Filmes conta com o apoio de todas as empresas da Globo para divulgação, porém, ao mesmo tempo, passa a dever um valor alto de bilheteria à holding. Ele ainda deixa claro que esta é a única forma possível de parceria, afinal os filmes não produzidos pela Globo Filmes não contam com respaldo em nenhum dos veículos do grupo.
Blat afirma que a primeira parte da bilheteria gerada pelos filmes é encaminhada à Globo Filmes para apenas depois chegar aos produtores e responsáveis pela produção. "É uma forma que eles fazem para o dinheiro não sair dali" resumiu.
Fonte: NaTelinha/JC Online
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