Da Agência Estado
Mesmo reconhecendo que seu
partido precisará lidar com o risco de enfrentar o estigma de ser
classificado como sendo “de direita”, o presidente nacional do PP,
senador Ciro Nogueira (PI), quer fazer como marca de sua gestão a
conquista do eleitorado conservador brasileiro.
A intenção é colher os frutos dessa estratégia nas eleições de 2018 com o lançamento de uma candidatura presidencial.
Após realizar pesquisas qualitativas, o
partido concluiu haver um expressivo eleitorado conservador que ficou
órfão com o fim do PFL e não se vê representado por nenhuma outra sigla.
É nessa fatia de eleitores que o PP quer investir para garantir seu
crescimento político.
“Hoje, esse eleitorado acaba votando na
eleição presidencial, meio sem opção, no PSDB. Até por conta da antiga
aliança deles com o PFL. Mas hoje não existe nenhum partido que fale
claramente para esse eleitor conservador.
No máximo, algumas legendas pequenas que
têm ligação com correntes religiosas”, afirmou Nogueira. “Existe um
campo muito aberto para que a candidatura seja construída em 2018. E
vamos a campo concretizá-la, assim que acabar a campanha (de 2014).”
Temas. O presidente do PP disse ao
Estado que a ideia é deixar clara a posição do partido a favor de temas
reconhecidamente polêmicos, mas considerados importantes para o PP, como
a proibição do aborto, redução da maioridade penal e proibição do
casamento religioso homossexual. Na economia, a principal bandeira do
partido será a ampliação do agronegócio.
No programa partidário da sigla exibido
em rede nacional no fim de 2013, essa mensagem ficou bem clara. A certa
altura, Ciro Nogueira fala: “Muita gente me pergunta: o que o PP faz
diferente dos outros? E eu digo: somos conservadores e não temos medo de
dizer isso. Ser conservador não é ser contra a mudança, contra o
avanço. O Brasil acabou com a inflação e o PP sempre ajudou a conservar
isso. O Brasil tem programas sociais como Bolsa Família e o Minha Casa
Minha Vida e o PP sempre deu apoio para conservar essa conquista.
Acreditamos que só conservando o que conquistamos é que podemos
avançar”.
IDEOLOGIA - Curiosamente, o PP hoje é
fiel integrante da base de sustentação do governo petista da presidente
Dilma Rousseff. O dirigente reconhece que, ideologicamente, as
afinidades de PP e PT são bem distantes. “O governo da presidente Dilma
nos trata muito bem e com grande respeito. E temos sido um aliado
bastante fiel nas votações de interesse do governo. Mas não dá para
dizer que pensamos do mesmo jeito que o PT.”
Nogueira, porém, acredita que, para o
projeto dar certo, é preciso antes aumentar a capilaridade política do
PP - o que ajuda a entender o embate com o PMDB. O movimento começou a
ser feito com a formação do bloco parlamentar com o PROS, que acabou por
transformar o grupo na terceira força política da Câmara, superando os
44 deputados do PSDB.
Fonte: JC Online
Foto do Google
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