A apresentação começou com o público sendo levado para dentro do Galpão em plena escuridão e apenas lanternas coloridas davam o tom de luminosidade. No corredor havia fotos que marcavam os momentos do projeto. Nas fotografias cenas retratadas do cotidiano dos alunos, onde o olhar do professor demonstrava o quanto era importante este elo entre mestre e o aprendiz. Fotos de alunos pintando também compuseram o cenário que foi retratado pelas lentes de Helder Santana. Diferentemente do habitual os convidados foram entrando no galpão pelo camarim, isso se deu como forma de mostrar o que há por trás da arte e do artista. Ao entrar no mundo lúdico cada um que sentasse ouvia uma contação de história e nesta contação os expectadores eram remetidos a um universo totalmente imaginário, onde o passado era posto a tona e uma infância era arremetida fazendo as pessoas lembrar-se de um quintal, mas não qualquer quintal e sim o seu quintal de infância, onde nele cabiam todas as brincadeiras e heróis imaginários. Na parede círculos pintados pela artista plástica Roseli Alves.
O público viajou e quem fechou os olhos pode lembra-se de um tempo gostoso que talvez pelo corre-corre da vida tenha ficado no esquecimento. O som do violão dava o tom de uma nostalgia, nostalgia essa que hoje poderia ser mais presente se não fossemos tão preconceituosos ao ponto de não nos deixamos viver infância. Cada um dentro de si ainda tem seu quintal intacto e só falta aflorá-lo para que a criança adormecida volte a ressurgir dentro de cada um. As brincadeiras foram mostradas e os bons tempos da rua tomaram conta do espetáculo; Bola de gude, esconde-esconde, monstros, pega-pega, balanço e tantas outras brincadeiras reinaram em uma imaginação fértil que por alguns instantes se desligou do trabalho, do mundo e voltou a uma época onde os bons amigos serão sempre bons e a falsidade não existia. Houve também a contação da história do barquinho Pingo e sua amiga borboleta que o libertou e o tornou livre para alçar vôos nunca antes por ele alçado. O projeto contou com alunos de Limoeiro e da Companhia de Teatro Manoel Ferreira da Cidade de Orobó.
Ao final da apresentação o arte-educador Fábio Andre falou sobre o projeto Um Olhar Lúdico Sobre o Quintal e relatou do prazer que teve em receber em sua “casa” tal projeto. Charlon Cabral, o idealizador do curso, agradeceu a todos os presentes e falou sobre seu “quintal” e contou de sua felicidade em ver e ter jovens encenando e criando a partir das aulas uma peça que encantou a todos. Jadenilson Gomes, em seu depoimento, falou da sabedoria e do aprendizado que os alunos tiveram e levaram para todo o sempre. O que eles receberam é apenas um pedaço de papel e que dependera de cada um fazer dele o fio da meada para o sucesso. Os alunos receberam seus certificados e ouviram com o coração todas as palavras dita pelos professores. O ator, Chico Domingues, em um comentário iluminado emocionou a todos com poemas que sempre levam todos a refletirem sobre este quintal que ainda está vivo em cada um de nós. Para encerra com chave de ouro uma linda poesia escrita por dois alunos do curso fez a platéia ovacionar o ator Charlon Cabral. Alunos receberam seus certificados e cada um foi recepcionado por uma pessoa escolhida pela equipe do projeto.
Pessoas que contribuiram com o projeto também foram lembradas e uma delas foi a musisita Silvana Nery. No final de tudo mesmo o Galpão recebeu uma singela homenagem feita por todos os alunos do curso. Ao sair do teatro será que vamos resgatar nosso “quintal” que está adormecido? Depende apenas de nós fazer dele vivo e cada dia radiante em nossos corações. Deixe seu “Quintal Lúdico” florescer e aflorar para que ele não morra sufocado pelo mundo corrido que a cada vez tenta matar a criança que ainda adormece em nós e apenas espera um momento, momento certo para desabrochar. Ainda teve tempo de ver a exposição de Helder Santana com fotos e momentos únicos de um curso marcado pelo laço de amizade. Nada melhor que encerar uma noite ouvindo angélica e sua voz angelical.
Do Blog Coisas da Vida
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