Você pode aproveitar uma boa Ciranda nos festejos juninos em qualquer lugar Nordeste a fora... É dança típica brasileira, com maior manifestação no Nordeste, especialmente no litoral. Tem origem secular. É mescla de culturas milenares: ameríndia, africana e europeia. Traz a dança junto com o canto. Sua característica essencial é que pratica-se unicamente em grupo que estará de mãos dadas em forma circular em cadenciado ritmo marcado por instrumento percussivo, geralmente tambor acompanhado de tarol- instrumento este mais recente, moderno. Raro é o participante de “roda de ciranda” que em algum momento gratificante não solte um sorriso, talvez dada simplicidade dos passos, da dança, também simplicidade da melodia que tem pouca variação: contagiante.
Mas se simples, não pobre, a Ciranda traz clara estrutura ancestral milenar, impregnada de primitivismo de civilizações que se mesclaram e formaram a Brasileira. Do círculo que se forma numa ciranda, só não entra quem não quer. É manifestação de fortíssimo cunho de identidade cultural das gentes que a vivenciam, haja visto ser praticada há alguns séculos. Sua música traz em letra situações cotidianas da gente que a esculta, que a dança... serve, assim como o Coco de Roda, como crônicas da coletividade que a desenvolve. Da dança circular, provavelmente não há parte do Globo Terrestre em que o ser humano não a faça, especialmente nas formas culturais datadas de forte milenaridade.
Na área política-geográfica Pernambucana tida por Zona da Mata, vê-se a magnitude de poetas cirandeiros como José Galdino e João Limoeiro- mestres amadurecidos que impressionam até ao mais leigo e desinteressado observador. Mas dezenas e dezenas são aqueles e aquelas que fazem a ciranda ser para o público um motivo de felicidade. Destes está Belo Cirandeiro (foto-2010), Limoeirense de que não há festejos juninos que possa lhe ignorar. Se você nunca dançou ciranda, falta-lhe uma boa parte de alegria, confraternização com sua coletividade, com sua estação chuvosa que surge, com alimento milenar básico que está em colheita – o milho, falta-lhe um pouco mais de Pernambuco, de Nordeste, de Brasil.
Por: Walter Eudes
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