A equipe do blog LIMOEIRO NEWS se deslocou neste sábado (9) até a cidade de Vitória de Santo Antão, para acompanhar um protesto que ocorreu hoje na cidade.
O protesto foi realizado contra a negligência do Plano Ideal Saúde e da Casa de Saúde Santa Efigênia, em Caruaru, no caso da morte do pequeno Micael Abner, de apenas 2 meses, ocorrida no dia 31 de março.
O protesto foi organizado por Joseane Lourenço Luna e Josimar Fontes, os pais do garoto. Muitos familiares e amigos estavam presentes. A passeata saiu da Praça da Matriz até a sede do Ideal Saúde em Vitória. Manifestantes carregavam balões pretos. Para a mãe, "os balões significavam o sopro de vida de Micael, e a cor preta, a cor do luto."
Joseane revelou ainda que o Ideal tentou impedir a manifestação. "Eles disseram que não fizéssemos a manifestação, pois ia incentivar a violência. Mas quero avisar que aqui ninguém é violento, queremos apenas Justiça para que isso não venha a acontecer com outras famílias!"
O carro de som carregava a foto do pequeno Micael Abner
A passeata chamou atenção de todos que passavam pelas ruas de Vitória. O carro de som tocava o som de músicas religiosas, e a música mais tocada era "Vida", com o Padre Fábio de Melo.
O pai do menino disse que com apenas 2 meses, "ele já era um guerreiro, pois enfrentou quatro paradas cardíacas, com essa idadezinha. Ele só não resistiu na quinta." contou o pai, Josimar, muito emocionado.
Na camisa do protesto, que continha a foto do menino, estavam escrito os dizeres: ACABOU A PACIÊNCIA! JUSTIÇA PARA OS RESPONSÁVEIS PELA MORTE DE MICAEL ABNER! Cartazes pediam justiça, e acusavam o hospital e o plano de saúde de terem sentenciado a morte do menino, ao lhe negarem o atendimento que ele precisava.
Ao chegarem na sede do Ideal Saúde, eles espalharam os balões pretos pelo chão, numa cena que emocionou a todos. Enquanto isso, o Ideal Saúde estava com três seguranças na porta. Joseane disse: "Não se preocupem, nós não somos arruaceiros, queremos apenas justiça!"
A irmã do garoto, a outra filha do casal Ana Caroline, de 11 anos, se mostrava bastante emocionada. Ela segurou o cartaz ao lado dos pais, emocionados. Ao fim da manifestação, exibiram uma mensagem na qual relatava o caso de um médico que havia negado o atendimento a um rapaz e esse rapaz era seu próprio filho. O rapaz morrera e ele ficou louco. Depois, oraram o Pai-Nosso.
ENTENDA O CASO
Micael Abner tinha 2 meses de idade, e sentiu uma infecção urinária que poderia ser tratada de forma fácil. A família paga o plano de saúde, o Ideal Saúde. A médica do plano encaminhou o menino para a Casa de Saúde Santa Efigênia, onde ficaria por 10 dias para medicação venosa. Mas o hospital exigiu o famigerado "cheque-caução" (pagamento adiantado de atendimento de urgência), e o Plano Ideal Saúde se negou a dar a assistência, alegando carência no plano. O bebê passou por outras cidades, sem êxito. Micael passou 5 dias internado e só veio tomar o medicamento 27 horas depois da primeira entrada no hospital. O Plano Ideal Saúde negou todo o atendimento em caráter de urgência e emergência. Após 4 dias, Micael teve 4 paradas cardíacas, pois a infecção se generalizou e o menino não estava sendo devidamente tratado. Foi solicitado uma UTI móvel para levá-lo para uma UTI em Campina Grande, mas o Plano Ideal Saúde negou novamente a assistência. Após 5 horas, o bebê teve a quinta parada cardíaca, que o levou a óbito.
Durante o protesto, Joseane disse que o Plano Ideal Saúde pegou em bomba, pois esse era apenas o primeiro protesto: "Vamos fazer protesto também em frente à sede do Ideal em Recife e ao Hospital Santa Efigênia em Caruaru." prometeu Joseane.
Recentemente, uma notícia boa apareceu: a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou projeto de lei que proíbe exigência de cheque-caução.
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