sábado, 26 de janeiro de 2013

A FORÇA DO GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS

Quando o atual governador Eduardo Campos (PSB) foi eleito governador em 2006, derrotando Mendonça Filho (DEM), talvez nem ele mesmo imaginasse a força que iria alcançar.

Naquele pleito, Eduardo começou apenas em terceiro lugar nas pesquisas, atrás de Mendonça e Humberto Costa (PT). Mas, indiretamente, por curiosidade, quem ajudou Eduardo também a chegar foi o Mendonça, quando começou a colocar em seu guia denúncias de envolvimento de Humberto com a Máfia do Vampiros, acusação da qual o petista seria absolvido anos depois. Humberto caiu nas pesquisas e Eduardo cresceu. No segundo turno, Humberto apoiou Eduardo, que seria eleito e colocaria o PSB de volta ao governo do estado, após oito anos fora, desde que Miguel Arraes foi derrotado por Jarbas Vasconcelos (PMDB) em 1998.

Em 2010, Eduardo seria reeleito, com uma diferença grande de 68 pontos, 82% contra 14% dados ao Jarbas. Ainda, de quebra, elegeu os dois senadores, Humberto Costa e Armando Monteiro Neto (PTB).

Hoje, o governador tem mostrado sua capacidade de articulação, o que faz ele ser admirado tanto por esquerdistas do PCdoB quanto por direitistas do DEM. Nas eleições de 2010, houve filiados de partidos de oposição, a exemplo de PMDB, PSDB, DEM e PPS, que até pediram votos para Eduardo, e não para Jarbas. Só para citar alguns exemplos, os prefeitos de Riacho das Almas (na época, Dioclécio Rosendo, do PSDB), Cumaru (Eduardo Tabosa, na época, no DEM), Limoeiro (Ricardo Teobaldo, do PSDB), Carpina (Na época, Manoel Botafogo, do PSDB).

Com a proximidade de 2014, o governador hoje está sendo sondado tanto por petistas quanto por tucanos, pois Eduardo tem se tornado uma alternativa à polarização PT-PSDB, que acontece desde as eleições de 1994, quando o tucano Fernando Henrique Cardoso derrotou o petista Lula.

Mas o próprio PSB já considera a possibilidade de Eduardo disputar a Presidência. Campos demonstrou mais força ainda nos anos de 2011 e 2012. Em 2011, participou ativamente da eleição de sua mãe Ana Arraes, para o TCU. Em 2012, a maior demonstração da força do governador viria nas eleições municipais. Com a divisão do PT, ele lançou seu candidato, o até então desconhecido Geraldo Júlio. Eduardo, ainda por cima, trouxe Jarbas Vasconcelos para o palanque socialista, depois de 20 anos militando em campos opostos, algo que desagradou profundamente o PT.

Um dos partidos que podem se aliar ao governador é o PSDB, já que existe uma espécie de "aliança branca", inclusive com Pedro Eurico na pasta da Juventude. Mas os deputados Daniel Coelho e Terezinha Nunes, ambos do PSDB, fazem oposição ao governador. Já o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, é amigo pessoal de Eduardo Campos.

Roberto Freire, do PPS, também têm feito elogios ao governador. Não bastasse isso, Eduardo ainda pode unir no mesmo palanque dois tradicionais adversários da política de Caruaru, a maior cidade do interior de Pernambuco, João Lyra Neto (PDT), seu vice, e Tony Gel (DEM), que já declarou que votaria em Eduardo numa eventual candidatura dele à Presidência. Na Bahia, o atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) também fez rasgados elogios ao governador.

Além da aprovação política, Eduardo também conta com aprovação popular, sendo o governador mais bem avaliado do País, com índice altíssimos que beiram os 90% de aprovação. O PT, já preocupado com a possibilidade de perder o poder nacional para o PSB, faz de tudo para conter esse crescimento: alguns setores do PT já vêem Eduardo como inimigos, e outros setores do PT querem convencer Eduardo a ficar no palanque de Dilma em 2014. Mas na segunda opção, quem ficaria preocupado seria o PMDB, que poderia perder a vice para o PSB.

Valendo ressaltar que nesta semana, Eduardo Campos é capa da Revista ÉPOCA.






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