Contrariando várias leis estaduais e favorecendo a cervejaria oficial da Copa do Mundo do Brasil, o Senado Federal aprovou a Lei Geral da Copa sem veto para venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o mundial, em 2014. Os senadores seguiram a opção da Câmara dos Deputados e cederam à pressa do Governo Federal pela aprovação da lei, a qual teria que ser aprovado com um ano de antecedência da Copa das Confederações, que acontece em junho de 2013.
O mais inusitado é que alguns senadores optaram por falar sobre o assunto e entraram em contradição, deixando transparecer que não tem força diante de uma solicitação da presidência. A senadora Ana Amélia (PP-RS), relatora da matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esportes, se mostrou contrária a venda de bebidas, mas votou favorável. "Eu queria proibir a venda de bebidas alcoólicas, mas o projeto precisa ser aprovado com um ano de antecedência da Copa das Confederações. Com CPI e Conselho de Ética, o prazo fica apertado. A pressa do governo nos deixou numa situação sufocante", justificou a relatora.
O pernambucano Humberto Costa (PT) também desejou uma vontade, mas seguiu a determinação do governo. Ele chegou a criticar a permissão de venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os jogos. "Assim como fez a Câmara, vamos aprovar a Lei Geral da Copa, mas não podemos deixar de manifestar nossa posição sobre coisas que consideramos absurdas, como a suspensão do Estatuto do Torcedor, que foi uma grande conquista para a sociedade brasileira [...] Eu considero que esta exigência da FIFA é irracional", afirmou Costa. "É sob protesto que vamos votar nesta Lei Geral da Copa, porque não nos restou outra alternativa", completou o senador, deixando uma pergunta no ar: “Porque não somaram as forças e votaram contra como tanto desejavam?”
Imagem Blog Humberto Costa
Fonte: Blog do Agreste / texto de Alfredo Neto
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