Foto: Franco Benites/ Especial para o JC
Durante visita a Goiana,
Zona da Mata de Pernambuco, realizada na manhã desta quinta-feira (8), o
governador Paulo Câmara disse que, dentro das próximas 48 horas, o
Estado vai anunciar ações emergências a respeito da crise no sistema
carcerário. O socialista reconheceu que a pasta da ressocialização não
avançou da mesma forma que as outras áreas, e admitiu que o sistema
prisional era um desafio previsto desde a campanha eleitoral.
Leia Também
- Paulo Câmara faz giro por Goiana nesta quinta
- Rebelião e incêndio no Presídio do Curado
- Rebelião no Complexo do Curado é controlada sem mortos, mas com 12 feridos
- Após flagra de detentos com armas no Curado, secretário de Ressocialização renuncia ao cargo
- Polícia encontra armas, celulares e drogas dentro do Complexo do Curado
Paulo Câmara enfatizou que a situação
carcerária é um dos pontos prioritários da nova gestão. "Foi criada uma
Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e se colocou a questão da
ressocialização dentro dela para se priorizar isso. Estamos vendo um
conjunto de ações emergenciais e devemos anunciá-lo nas próximas 48
horas para melhorar o sistema", explicou.
Após denúncias sobre as condições no
Complexo do Curado, maior unidade penitenciária de Pernambuco, foi
realizada uma operação na unidade, onde foram encontradas dezenas de
armas, celulares e drogas. A questão terminou com a renúncia do então
secretário executivo de Ressocialização, Humberto Inojosa, que pediu
exoneração do cargo na última quarta-feira (7). Segundo Inojosa, o
afastamento do cargo já era algo programado e não tem relação com as
denúncias. Ele tinha firmado um compromisso de três meses com o
ex-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, além de ter viagem marcada
para este período e outros compromissos profissionais.
Com a renúncia de Humberto Inojosa, o
secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, nomeou o coronel
da Polícia Militar Eden Vespaziano como novo secretário de
Ressocialização do Estado. O oficial terá o desafio de reconstituir o
sistema prisional do Estado, que apresenta sérias irregularidades em
questões como superlotamento e déficit de agentes penitenciários, e
recuperar a confiança da população na competência da secretaria.
No Complexo Prisional do Curado, unidade
que desencadeou as últimas ocorrências, atualmente, há pouco mais de 6
mil presos num local com capacidade para 1,3 mil. A situação do complexo
foi denunciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que pediu a
interdição parcial do local, alegando falta de condições de abrigar
detentos. Imagens registradas por um agente penitenciário que não quis
se identificar mostram o momento em que três homens lançam objetos
dentro do presídio. Esta seria uma das formas como os detentos recebem
drogas e celulares dentro do complexo. Confira o vídeo:
De outubro até o presente momento, foram
registrados dois casos de morte no complexo. Em dezembro, uma rebelião
em um dos presídios do Curado terminou com 12 presos feridos. A confusão
teve início graças a uma tentativa de fuga que foi frustrada pelos
agentes penitenciários.
FONTE: JC ONLINE
Nenhum comentário:
Postar um comentário