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Martin Alipaz/EfeO ministro da Justiça disse que prefere perder a vida a passar anos num presídio brasileiro
Cardozo diz ser contrário a ambas penas, explicando que é necessário melhorar o atual sistema prisional, ao invés de adotar essas medidas. "Não é uma postura de governante, é uma postura de cidadão que acha que a pena de morte não é solução para nada”.
O ministro também afirmou que o crescimento do crime organizado é possível apenas em associação com algum nível de corrupção no Estado. “Não existe crime organizado que cresça sem desmando, sem corrupção. A violência gerada por organizações criminosas dificilmente se enraíza sem um certo grau de corrupção no Estado. Isso não é no Brasil, é no mundo."
Onda de violência
A palestra do ministro em São Paulo ocorre em meio a uma onda de violência que matou 93 policiais desde o início do ano, com a suspeita de que a ordem para assassinatos e ataques a ônibus tenham partido de dentro dos presídios por membros do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). Na segunda-feira (12), Cardozo selou um acordo de cooperação com o governo do Estado para a colaboração no combate à escalada da violência.No evento desta terça-feira (13), o ministro defendeu a parceira entre União e governos estaduais contra a criminalidade. "É chegada a hora de parar de fazer o jogo do empurra, em que um empurra para o outro. É muito mais fácil dizer que a culpa é do Estado e não da responsabilidade da União, mas me recuso a dizer isso", afirmou.
O ministro voltou a afirmar que o governo federal poderá oferecer informações de inteligência policial, verbas para projetos de segurança e vagas em presídios federais de segurança máxima para a transferência de presos. Cardozo, no entanto, evitou comentar qual a avaliação do ministério sobre o poderio do PCC, alegando que não poderia comentar “informações de inteligência”, como as eventuais ramificações do grupo em outros Estados.
“Não vou falar de organização criminosa específica. Organização criminosa tem que ser enfrentada com energia e vontade política, baseada em inteligência e planificação. O Estado brasileiro jamais deve temer organizações criminosas. O Estado brasileiro é muito mais forte do que qualquer organização criminosa”, disse.
Como causas da violência, o ministro apontou, além da corrupção, a impunidade e a exclusão social, onde incluiu o preconceito e a violência contra as mulheres. Embora a exclusão pela pobreza seja apontada pelo ministro como um dos fatores que impulsionam a criminalidade, Cardozo afirma que a melhoria da distribuição de renda não levou necessariamente a uma redução dos índices de violência em algumas cidades. (Com Estadão Conteúdo).
Fonte: UOL Notícias
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