Exposição de tapetes na Casa da Cultura vai até dia 14
Dani Neves/JC Imagem
Para muitos, um bom tapete completa a decoração do lar de
forma bem peculiar. Em Pernambuco e, mais especificamente na Casa do
Artesanato, no Bairro do Recife, as peças decorativas de chão que são
mais vendidas no espaço vêm da cidade de Lagoa do Carro, localizada a 60
km de Recife.
Mas não é preciso viajar até a Terra dos Tapetes, como é conhecida a cidade, para comprar ou admirar os trabalho das artesãs. Na Casa da Cultura, no bairro de Santo Antônio, estão à mostra 200 peças trazidas da cidade da Zona da Mata. A exposição fica em cartaz até o dia 14 deste mês.
A mostra está dividida em dois andares. No hall central da Casa da Cultura, estão as peças para apreciação. É lá, também, onde se encontram as artesãs fazendo suas obras. No 3º andar, no box 305, estão os tapetes para comercialização. Os preços variam de R$ 350 a R$ 500. O evento também marca o lançamento da 12ª Feira do Tapete e Artesanato de Lagoa do Carro (Fetalc), que acontecerá no final deste mês, na cidade. Mais informações: 3224-0557.
Quem for até a Casa da Cultura apreciar o trabalho das mulheres de Lagoa do Carro, poderá vê-las bordando, criando suas belas peças coloridas, e aprender um pouco sobre a arte dessas mulheres.
HISTÓRIA
A paixão pela confecção de tapetes pelas mulheres de Lago do Carro surgiu lá pelos anos 70. Uma das pioneiras, a tapeçaria Maria de Lourdes dos Santos, 75 anos, já está no ramo há 40 anos e conta com a ajuda de seus 13 filhos no ofício. “Tudo começou quando uma senhora de uma fábrica recifense se instalou no município e começou a ensinar tapeçaria a nós. Ela levava as telas e nós bordávamos”, lembra dona Maria. Depois de aprender o ofício, as artesãs começaram a ganhar um salário pelo serviço. Quem pagava pelos tapetes produzidos eram os atravessadores. “Eles compravam da gente por um preço irrisório e revendiam mais caro”, conta.
Para resolver a questão, foi criada a Associação de Tapeceiras de Lagoa do Carro (Astalc). O objetivo é emancipar economicamente as artesãs. “Elas estavam com baixa estima por não haver um retorno proporcional ao esforço físico empenhado no trabalho”, conta a presidente da Astalc, Risolange Rodrigues.
Ela começou a investir em qualificação. “Fiz oficinas, consegui aulas de empreendedorismo no Sebrae. Vimos falhas de estrutura para o trabalho”, ressalta Risolange.
Dona Maria confirma todo esse esforço para vencer as dificuldades. “Eu trabalhava de manhã até de noite, de domingo a domingo. Tinha vezes que até virávamos o dia. Se a gente parasse não dava conta do trabalho”, comenta. A artesã produzia tapetes de até 40 metros, o que lhe tomava seis meses de trabalho árduo. A família, que tinha que auxiliar.
Grande parte do esforço empenhado pelas tapeceiras vem do amor depositado à profissão. Tradição acompanha três gerações, os pequenos já nascem querendo bordar. Um bom exemplo disso é a filha de Edlene Costa, 48. Ela conta emocionada que sua filha, hoje com 19, tinha apenas 4 anos quando, olhando-a com a agulha e linha na mão, pediu para fazer um tapetinho. Ela concordou com a garota.
“Eu desacreditei dela. Pensei que fosse dar um nó no meu tapete, mas não é que ela deu o ponto certinho? Só de me ver fazer. Fiquei muito emocionada e a experiência marcou minha vida”.
E o carinho pela tapeçaria não para só por aí. Edlene, hoje, promove oficinas para ensinar sua profissão a quem quiser. Ela dá aulas para grupos de idosos, de pessoas especiais, em universidades, na Feneart e até no presídio. “Chega me arrepio só de pensar no bem que estou fazendo quando leciono. É o prazer de fazer o bem, dar uma oportunidade e ensinar uma arte àquelas pessoas”, conta.
FONTE: JC ONLINE
Mas não é preciso viajar até a Terra dos Tapetes, como é conhecida a cidade, para comprar ou admirar os trabalho das artesãs. Na Casa da Cultura, no bairro de Santo Antônio, estão à mostra 200 peças trazidas da cidade da Zona da Mata. A exposição fica em cartaz até o dia 14 deste mês.
A mostra está dividida em dois andares. No hall central da Casa da Cultura, estão as peças para apreciação. É lá, também, onde se encontram as artesãs fazendo suas obras. No 3º andar, no box 305, estão os tapetes para comercialização. Os preços variam de R$ 350 a R$ 500. O evento também marca o lançamento da 12ª Feira do Tapete e Artesanato de Lagoa do Carro (Fetalc), que acontecerá no final deste mês, na cidade. Mais informações: 3224-0557.
Quem for até a Casa da Cultura apreciar o trabalho das mulheres de Lagoa do Carro, poderá vê-las bordando, criando suas belas peças coloridas, e aprender um pouco sobre a arte dessas mulheres.
HISTÓRIA
A paixão pela confecção de tapetes pelas mulheres de Lago do Carro surgiu lá pelos anos 70. Uma das pioneiras, a tapeçaria Maria de Lourdes dos Santos, 75 anos, já está no ramo há 40 anos e conta com a ajuda de seus 13 filhos no ofício. “Tudo começou quando uma senhora de uma fábrica recifense se instalou no município e começou a ensinar tapeçaria a nós. Ela levava as telas e nós bordávamos”, lembra dona Maria. Depois de aprender o ofício, as artesãs começaram a ganhar um salário pelo serviço. Quem pagava pelos tapetes produzidos eram os atravessadores. “Eles compravam da gente por um preço irrisório e revendiam mais caro”, conta.
Para resolver a questão, foi criada a Associação de Tapeceiras de Lagoa do Carro (Astalc). O objetivo é emancipar economicamente as artesãs. “Elas estavam com baixa estima por não haver um retorno proporcional ao esforço físico empenhado no trabalho”, conta a presidente da Astalc, Risolange Rodrigues.
Ela começou a investir em qualificação. “Fiz oficinas, consegui aulas de empreendedorismo no Sebrae. Vimos falhas de estrutura para o trabalho”, ressalta Risolange.
Dona Maria confirma todo esse esforço para vencer as dificuldades. “Eu trabalhava de manhã até de noite, de domingo a domingo. Tinha vezes que até virávamos o dia. Se a gente parasse não dava conta do trabalho”, comenta. A artesã produzia tapetes de até 40 metros, o que lhe tomava seis meses de trabalho árduo. A família, que tinha que auxiliar.
Grande parte do esforço empenhado pelas tapeceiras vem do amor depositado à profissão. Tradição acompanha três gerações, os pequenos já nascem querendo bordar. Um bom exemplo disso é a filha de Edlene Costa, 48. Ela conta emocionada que sua filha, hoje com 19, tinha apenas 4 anos quando, olhando-a com a agulha e linha na mão, pediu para fazer um tapetinho. Ela concordou com a garota.
“Eu desacreditei dela. Pensei que fosse dar um nó no meu tapete, mas não é que ela deu o ponto certinho? Só de me ver fazer. Fiquei muito emocionada e a experiência marcou minha vida”.
E o carinho pela tapeçaria não para só por aí. Edlene, hoje, promove oficinas para ensinar sua profissão a quem quiser. Ela dá aulas para grupos de idosos, de pessoas especiais, em universidades, na Feneart e até no presídio. “Chega me arrepio só de pensar no bem que estou fazendo quando leciono. É o prazer de fazer o bem, dar uma oportunidade e ensinar uma arte àquelas pessoas”, conta.
FONTE: JC ONLINE
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