- Homem protesta contra o Vaticano em frente à sede do escritório da ONU na Suíça, em janeiro deste ano
Em um relatório publicado nesta quarta-feira, a agência da ONU para os direitos das crianças disse que a Santa Sé também deve entregar seus arquivos sobre o abuso sexual de dezenas de milhares de crianças, para que culpados, bem como "os que ocultam seus crimes", possam ser responsabilizados.
"O Comitê está seriamente preocupado que a Santa Sé ainda não reconheceu a extensão dos crimes cometidos, não tomou as medidas necessárias para lidar com casos de abuso sexual de crianças e para proteger as crianças, e adotou políticas e práticas que levaram à continuação do abuso por parte e à impunidade dos agressores ", disse o relatório.
Padres pedófilos foram transferidos de paróquia em paróquia ou para outros outros países "em uma tentativa de encobrir esses crimes", acrescentou o documento.
Em uma sessão pública, no mês passado, o comitê indagou delegados do Vaticano para que revelassem o alcance do abuso sexual de menores durante décadas por padres católicos, em um caso que o papa Francisco chamou de "a vergonha da Igreja".
A delegação da Santa Sé, respondendo a perguntas de um painel de direitos internacionais pela primeira vez desde que as primeiras denúncias surgiram há mais de duas décadas, negou as acusações de encobrimento do Vaticano e disse que tinha estabelecido regras claras para proteger as crianças dos padres pedófilos.
O comitê da ONU também criticou severamente a Santa Sé por suas atitudes em relação à homossexualidade, à recusa a aceitar métodos contraceptivos e o aborto e pediu ao Vaticano que reveja suas políticas para garantir os direitos das crianças e o acesso à saúde.
O órgão da ONU disse que a Igreja Católica ainda não tinha tomou medidas para evitar a repetição de casos como o escândalo das lavanderias na Irlanda, onde meninas foram arbitrariamente colocadas em condições de trabalho forçado.
O comitê pediu uma investigação interna das lavanderias e instituições similares , de modo que aqueles que foram responsáveis possam ser julgados e que haja "a compensação integral a ser paga às vítimas e suas famílias". (Com AP e Reuters
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