Alexandre Gondim/JC Imagem
Diante do processo
conturbado de transição entre os governos de Eduardo Campos e João Lyra,
ambos do PSB, aliados do atual governador estão concentrando esforços
para demonstrar que a relação dos correligionários segue sem conflitos.
Ontem, durante a abertura do Congresso Pernambucano de Municípios, o
presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Guilherme Uchoa (PDT),
fez questão de ressaltar, ao longo do seu discurso, a relação de
confiança entre Eduardo e o vice-governador.
Guilherme Uchoa e João Lyra integraram o
mesmo partido, o PDT, durante quase todo o mandato do governador
Eduardo Campos. Somente no final do ano passado, o vice-governador
deixou a legenda para ingressar ao PSB com a intenção de ser o escolhido
para a sucessão de Eduardo Campos, algo que não aconteceu e o deixou
irritado.
“Lyra foi mais que um parceiro, mais que
um segundo comandante (desse governo), exercendo funções importantes e
tirando Pernambuco do caos da Saúde (quando assumiu a Secretaria da
Saúde, no primeiro mandato de Eduardo), que ajudou muito Pernambuco a
crescer. Lyra era não somente um vice-governador. Ele integra realmente o
governo, participando das reuniões de monitoramento. Foi uma dupla que
deu muito certo para Pernambuco”, disse.
Eduardo Campos, por sua vez, também
destacou que suas ações à frente do governo contaram com a participação
de João Lyra. No discurso, o governador disse que o planejamento da
segunda edição do Fundo Estado de Apoio ao Desenvolvimento dos
Municípios (FEM) contou com o aval do vice-governador, que vai assumir a
gestão a partir de 4 de abril. O grupo de Lyra, no entanto, nega que
ele tenha tratado com Eduardo a reedição do FEM.
Nos bastidores, comenta-se que João Lyra
ainda estaria insatisfeito com o tratamento dado por Eduardo Campos.
Ontem, o vice-governador disse que ainda não sabe se terá à disposição
os 30% do orçamento estadual previsto para 2014, que é de R$ 3,7
bilhões.
João Lyra afirmou que não há clima de
mal-estar com o correligionário no processo de transição, mas admitiu
que poderá ter divergências com o socialista.
“Quero fazer tudo de comum acordo com
ele (mudança no secretariado), como foi das outras vezes, que ele me deu
toda autonomia. Vamos nos entender. Pode ter alguma divergência do
ponto de vista de uma coisa ou outra, mas sem maiores dificuldades”,
disse, ressaltando ainda que o seu compromisso é concluir o governo
iniciado por Eduardo.
FONTE: JC ONLINE
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