O
impacto ambiental e social na implantação de um polo gerador de energia
eólica, no Sertão do Araripe, foi discutido em Audiência Pública na
Assembleia Legislativa, na manhã desta segunda (18). A iniciativa de
promover o debate partiu da Comissão de Meio Ambiente da Casa Joaquim
Nabuco.
Um
dos principais itens discutidos na reunião foi a revisão da Lei
Estadual nº 11.206/1995. Pela lei, supressões vegetais em áreas cuja
altitude está acima de 750 metros devem ser autorizadas
por lei específica e compensadas com a preservação ou recuperação de
ecossistema semelhante, na mesma área. Segundo explicaram especialistas
no assunto, é justamente nas áreas mais altas que reside o potencial
eólico de Pernambuco.
Vice-
Presidente da Comissão, o deputado José Humberto ressaltou a
importância da necessidade de investimentos na região do Araripe e
lembrou que tais investimentos devem levar em consideração a preservação
do meio ambiente. “A interiorização dos investimentos é algo que sempre
tenho defendido, principalmente quando se é levado em consideração a
exploração sustentável das vocações regionais.” Disse o parlamentar.
A
revisão dessa lei também foi defendida pela diretora-presidente da
Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Simone Souza; pelo
secretário-executivo de Energia de Pernambuco, Eduardo Azevedo; pelo
diretor do departamento de Combate à Desertificação do Ministério do
Meio Ambiente, Francisco Campello, e por representantes dos produtores
de gesso do Araripe.
Especialista
em Energética da Universidade Federal de Pernambuco, Heitor Scalambrini
demonstrou preocupação com a supressão de Caatinga para construção das
torres eólicas. “Eu sou favorável à energia eólica, mas é importante
discutirmos os impactos ambientais e sociais”, enfatizou o professor. O
depoimento de Scalambrini foi reforçado por representantes da Federação
dos Agricultores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape).
A
empresa Casa dos Ventos, responsável por 75% da energia eólica
produzida, hoje, no Estado, é detentora de um parque eólico no Agreste e
planeja expandir sua produção para o Araripe. O presidente da empresa,
Clésio Eloy, ressaltou que “não há desenvolvimento sem algum impacto”.
“A nossa missão institucional é maximizar o bônus e minimizar o ônus
dessas mudanças”, completou.
Assessoria de Comunicação
Imagem: João Bita e Wellington Ribeiro
Imagem: João Bita e Wellington Ribeiro
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