Muitas pessoas se perguntam como podem existir tantos partidos, quando bastavam apenas dois para existirem, de preferência, um da direita e outro da esquerda.
Mas depende de cada um, do que cada partido pensa. Muitas vezes, dois partidos pensam diferentes, mesmo sendo de uma mesma ideologia. Não podemos comparar, por exemplo, o PSB, que é moderado, como o PSTU, que é radical.
No fim do Regime Militar, já no ano de 1979, o presidente João Figueiredo permitiu o pluripartidarismo. Sua intenção era dividir a oposição, pois ele sabia que o regime caminhava para o fim.
E Figueiredo conseguiu. Lideranças do antigo MDB fundaram diversos partidos. O MDB deu origem ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). Nessa mesma época, também veio a ser fundado o PT (Partido dos Trabalhadores), pelo líder sindicalista Luís Inácio Lula da Silva. O PT viria a ser o primeiro partido formado por trabalhadores de orientação marxista.
Enquanto isso, o antigo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), de Getúlio Vargas, viria a ser refundado. Mas Leonel Brizola não concordou com algumas novas bandeiras do PTB, pois ele abandonara as bandeiras dos trabalhadores para abraçar bandeiras patronais. Além do mais, houve briga no comando do PTB entre Brizola e Ivete Vargas, sendo que esta última ficou com o comando do partido. Brizola, então, criou o PDT (Partido Democrático Trabalhista).
O chamado Partidão, Partido Comunista Brasileiro, daria origem a três siglas: o PCB, que ainda mantém suas posições histórico-marxistas, o PC do B (Partido Comunista do Brasil), e o PPS (Partido Popular Socialista), fundado em 1992 por Roberto Freire, que pregava uma "revisão" no socialismo após o colapso da União Soviética.
Mas o governo também ficou dividido. Pois alguns políticos que apoiavam a ditadura romperam com o governo, vendo que a situação tava feia, e formaram a frente liberal, que apoiaram a candidatura de Tancredo Neves à Presidência da República. Tal partido, antiga ARENA, viria a ser mais tarde o PDS (Partido Democrático Social), o PFL (Partido da Frente Liberal), que em crise, mudou de nome para DEM (Democratas), em 2007.
Houve uma parcela que foi fiel ao governo militar até o fim, e estes viriam a formar o PPR (Partido Progressista Reformador), que mais tarde se chamaria PPB (Partido Progressista Brasileiro) e hoje se chama PP (Partido Progressista), e o PL (Partido Liberal), que hoje se chama PR (Partido da República), após fusão com o PRONA (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), que tinha tendências fascistas.
Mais tarde, ainda nos anos 80, uma parcela do PMDB deixa o partido e funda o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), que mais tarde, adotaria o neo-liberalismo, aprofundado nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003).
Mais partidos surgiram posteriormente. do PT, nasceram três siglas: o PSOL (Partido do Socialismo e Liberdade), fundada pela ex-senadora Heloísa Helena, que havia sido expulsa do PT, o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), fundado por Zé Maria, e sendo o mais antigo dos três, e o PCO (Partido da Causa Operária), fundado por Rui Pimenta, sendo o mais radical, pois o PCO acusa até mesmo o PSOL e o PSTU de "pequena burguesia". Esses três partidos não perdoam o PT por fazer alianças com partidos como PR e PP, partidos que eram remanescentes da ARENA.
Em 1990, viria a ser refundado o PSB (Partido Socialista Brasileiro), pelo grande brasileiro Miguel Arraes. Hoje, o partido é comandando nacionalmente pelo seu neto e atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
A Democracia Cristã também é dividida. Pois temos os partidos PSC (Partido Social Cristão) e PSDC (Partido Social Democrata Cristão). O Trabalhismo ainda viria a ser dividido, formando o PT do B (Partido Trabalhista do Brasil). A ecologia tem o seu partido defensor, o PV (Partido Verde), mas se fala em uma tendência que viria a ser fundada pela ex-senadora Marina Silva, ex-petista, o PCE (Partido da Causa Ecológica);
Esse é um breve histórico dos partidos políticos no Brasil.
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