A sentença foi proferida por volta das 14h de hoje pelo juiz Antônio Francisco Cintra. Em cumprimento à nova lei penal, os votos dos outros três hurados não foram divulgados para preservar o sigilo da votação. Ao todo, sete jurados participaram do processo, sendo quatro mulheres e três homens.
Só após o final da leitura da sentença Severina pôde finalmente abraçar os quatro filhos presentes à sessão, que começou por depois das 10h no Fórum Thomaz de Aquino, bairro de Santo Antônio. Unida, a família comemorou a decisão da Justiça.
Pela manhã foram ouvidas a ré e a testemunha de defesa Otília Maria da conceição, de 86 anos, irmã da vítima. A idosa contou que toda a família sabia do que acontecia com a sobrinha e tinha medo de denunciar Severino porque ele seria muito bruto e poderia se vingar dos familiares. “Sabia da tristeza de ela ser uma filha-esposa”, disse. A ré relatou toda a história, contou que ficou presa por um ano e seis meses e assumiu que mandou matar arma o pai com a mesma arma com que ele a ameaçava: uma faca.
A defesa usou o argumento de que a culpabilidade de Severina não pode ere julgada porque ela foi coagida moralmente e mantida como refém do próprio estado, no que se caracteriza como inexigibilidade de conduta diversa por coação moral e irresistível. O promotor da 4ª Vara José Edvaldo da Silva, disse que espera que a lei seja cumprida hoje e que, se condenada, a ré poder permanecer detida por 14 a 16 anos.
O crime, ocorrido em novembro de 2005, em Caruaru, Agreste do estado, seria o desfecho de uma história familiar trágica. O estopim, segundo ela, seriam os sinais de que Severino pretendia estuprar uma das filhas-netas. Com a suspeita, a acusada contratou dois homens para matar o pai. Pelo crime, a dona de casa pagaria R$ 800. O pai de Severina foi assassinado a golpes de faca dentro da própria casa, na Vila Rafael. Na época, o crime chocou os moradores de Caruaru, mas com o tempo muitos que criticaram a ação de Severina passaram a vê-la como vítima. O caso seria julgado em Caruaru, mas o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) levantou suspeita acerca da imparcialidade do Conselho de Sentença (jurados).
Site da Rádio Liberdade de Caruaru.
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