Análise sobre a saída do papa
Bertone era amigo pessoal de Bento 16 e foi quem mais recebeu poder na Igreja em 2005, ano em que o papa assumiu o trono. Desde então, porém, segundo o jornal, em alianças com membros da Cúria, ele teria criado situações que colocaram Bento 16 contra cardeais da Santa Sé.
Um desses casos, relatados na reportagem, foi a nomeação do cardeal Carlo Maria Vegano como núncio dos Estados Unidos, por parte de Bertone, a despeito de suspeitas de corrupção nos contratos do Vaticano que acabaram desembocando na imprensa italiana.
De acordo com o "Estado", fontes do jornal nas embaixadas estrangeiras junto à Santa Sé garantiram que Bento 16 renunciou por livre e espontânea vontade, mas certo de que, diante de forças paralelas a seu pontificado, não conseguiria implementar as mudanças que pretendia.
Posicionamentos sobre pedofilia e preservativos encontraram resistência
Entre os principais ensejos de Bento 16, ao assumir o trono, estava o de uma limpeza na Igreja. Segundo a reportagem do "Estado", decisões dele pela punição de cardeais envolvidos em denúncias acabaram ignoradas ou levaram anos para serem cumpridas. Com isso, pontua o jornal, o papa nunca teria levado a cabo a proposta de "tolerância zero" em relação à pedofilia.Outra resistência que teria sido enfrentada pelo pontífice alemão era a possibilidade de revisão de posicionamentos –tais como o uso do preservativo, não aceito pela Igreja Católica --, que teria irritado cardeais refratários ao debate.
O jornal destaca ainda que o isolamento de Bento 16 já vinha pelo menos desde agosto do ano passado, quando ele se retirou, para descansar, em uma casa do Vaticano nas proximidades de Roma. Dali em diante, teria evitado confronto com seus ex-aliados.
Fonte: UOL Notícias
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