segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Situação caótica favorece o aparecimento de "salvadores da Pátria"

Lula e Bolsonaro: ideologias opostas, mas ambos são idolatrados por seus seguidores.
A situação atual caótica na política brasileira mais uma vez vem permitir o aparecimento de figuras consideradas como "salvadores da Pátria". Para quem não sabe, "O Salvador da Pátria" foi uma telenovela exibida pela Globo em 1989, em que o excelente ator Lima Duarte interpretava Sassá Mutema, um bóia-fria manipulado por poderosos que era eleito prefeito em uma cidade fictícia chamaa Tangará. Entretanto, após a eleição, ele rompia com os mesmos que ajudaram a elegê-lo.

Com isso, a expressão "salvador da pátria" passou a ser mais utilizada. E agora, mais ainda com a situação caótica da política brasileira. Impeachment recente, presidente assumindo sem muito apoio, ministros afastados, dois ex-governadores de um mesmo estado mandados para a cadeia, deputado cassado e preso, tudo isso EM APENAS UM ÚNICO ANO.

Cresce para 2018 alguns dos nomes para a Presidência, mas falaremos aqui especificamente de dois deles: Lula e Jair Bolsonaro. Os que estão revoltados com a saída de Dilma querem a volta de Lula em 2018. Luís Inácio Lula da Silva governou o Brasil entre 2003 e 2011, em governo caracterizado positivamente pelo avanço das políticas sociais, mas negativamente pelo avanço de casos de corrupção envolvendo o seu partido, o PT. A sucessora de Lula, Dilma Rousseff, acabou em seu segundo mandato sendo afastada da Presidência, assumindo o vice, Michel Temer (PMDB).

Lula sempre foi considerado uma grande liderança da esquerda brasileira, embora ele próprio negasse já ter sido de esquerda alguma vez, em 2006. Mas sua proximidade com governos socialistas de Cuba e de Venezuela deixam claro seu lado. Nas eleições de 1989, 1994 e 1998, eleições as quais ele perdeu, ele pregava um regime de esquerda, mas acabou maneirando a partir de 2002, se aproximando de partidos de direita, como o PL, que ficou com a vice-presidência da República. Anos mais tarde, Lula se aproximaria do PMDB, PTB, PP, entre vários outros.

Mas a saída de Dilma acabou um pouco com os sonhos do PT, que nessa eleição municipal venceu apenas em uma capital: Rio Branco, no Acre. Grandes estrelas do partido, como o ex-prefeito de Recife, João Paulo, ameaçam deixar o partido. Mesmo assim, não podemos negar a força de Lula, que poderá chegar em 2018 com um capital muito forte de votos, se caso ele não for pego pela Operação Lava Jato.

Do outro lado, temos um grupo que revoltada com a corrupção no Brasil, pedem a volta da ditadura militar - o que seria o maior retrocesso na história do Brasil, já que vários países que vivem sob ditaduras, inclusive militares, tentam se livrar delas - e muitos desses querem votar para presidente em Jair Messias Bolsonaro, que é polêmico, da direita ultraconservadora e vem a ser um dos poucos parlamentares que defendem abertamente o período do Regime Militar no Brasil. Até agora, não surgiu nada de corrupção contra Bolsonaro, mas se ele não peca por esse lado, peca pelo outro: de ser defensor de um regime que torturou, prendeu, matou, exilou pessoas, não só comunistas, mas todos aqueles que discordavam do regime. Em uma antiga entrevista, ele já admitiu que se fosse eleito presidente, "fechava o Congresso no outro dia".

Nesse tempo de crise política que o Brasil passa, não é hora de se falar em "salvador da pátria", mas sim, em trilhar um novo caminho para o Brasil. O país não pode voltar ao passado e nem idolatrar essa ou aquela ideologia, essa ou aquela personalidade. Isso aconteceu com Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália e Stálin na União Soviética, por exemplo, e os resultados não foram dos melhores. O que o Brasil precisa é de um povo mais consciente, que pense bem em quem votar, que não venda seu voto e que vote por consciência. A democracia não pode ficar ameaçada por causa de erros de homens que não a honram. Países civilizados, atualmente, constroem seus rumos sem ditaduras, nem radicalismo seja de qual lado for. Outros que vivem atualmente debaixo de ditaduras tentam se livrar das mesmas. Em 2018, o Brasil deve pensar bem em quem eleger, sem considerar seja quem for um "semideus", pois todos eles, são seres humanos falhos, e não perfeitos. Seja votando em Lula, Bolsonaro, Marina, Cristóvam, Ciro, Aécio, Alckmin, ou seja lá quem for candidato, o voto deve ser dado por consciência, e não por fanatismo ou extremismo.

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