Voltamos aos anos 80: mas não por uma boa razão. Esqueçam as belas músicas de Roupa Nova, José Augusto, Roberto Carlos, Joana, Fábio Júnior, etc., que tocavam naquele período e estavam no auge. Esqueçam também o Campeonato Brasileiro quando era disputado por mais de 40 times, com mata mata e que chegou a consagrar times como Coritiba, Bahia e Sport como campeões nacionais, ao lado de Flamengo, Grêmio, Fluminense, São Paulo e Vasco. Não.
O que realmente nos levou de volta aos anos 80 foi essa discussão ideológica que voltou á tona (direita x esquerda). Apesar do Brasil enfrentar inúmeros desafios, como sucateamento na Saúde, Educação tida como uma das piores do mundo, Desemprego em alta, Segurança Pública num estado caótico, que nos coloca como um país mais violento do que países em guerra, pessoas vivendo nas ruas por falta de política de Habitação decente, corrupção generalizada, Cultura desvalorizada, parece que nada disso importa. O que realmente importa é se o candidato é "comunista" ou "anticomunista". Pouco importam suas propostas, o que vale é a ideologia que ele professa.
Essa discussão ideológica sem sentido acaba nos desviando a atenção dos reais problemas que o Brasil precisa enfrentar. Pois não se fala em Saúde, Educação, Segurança, Habitação, Cultura... falam-se apenas em ideologias que dividiu o mundo em cortina de ferro entre 1945 e 1990, da "Guerra Fria", que chegou a dividir até mesmo nações como Alemanha, Vietnã e Coreia (esta última é a única que permanece dividida até os dias de hoje).
A única eleição que a discussão ideológica estava acima das propostas foi em 1989, principalmente no segundo turno, onde Fernando Collor batia na tecla da ideologia de esquerda de Lula (era o candidato da bagunça e da desordem), enquanto Lula colocava em Collor a pecha de "candidatos das elites de direita).
Quisera nós que a nossa volta aos "anos 80" fosse por surgir artistas tão inspirados quanto os citados acima. Ou que fosse pelo fato do Campeonato Brasileiro voltar a ser democrático e premiar até mesmo times menores como campeões. Mas o motivo que nos leva de volta para aquela década, infelizmente, não é dos melhores. O Muro de Berlim caiu em 1989, com o colapso do socialismo, mas parece ter ressuscitado por aqui, para tristeza da democracia e de um povo desesperado que espera solução para seus problemas diários e cotidianos, e que pouco se importam com discussão de "direita" e "esquerda". O que esse povo quer é honestidade na política, Educação em alto nível, Saúde a níveis elevados, Cultura valorizada, Criminalidade baixa, Emprego, Habitação... O que nosso povo mais simples almeja é isso. E tá pouco se lixando para polarizações políticas sem nexo.
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