BRASÍLIA - O PSOL definiu neste domingo, 2, o nome do senador Randolfe Rodrigues (AP) como o pré-candidato da legenda à Presidência da República. Logo depois de escolhido, Randolfe disse que seu partido é o que tem maior identificação com a pauta das manifestações de rua em junho e sinalizou uma plataforma de ruptura na economia ao defender que a taxa de juros não pode ser o único mecanismo de controle da inflação.
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Randolfe quer agora procurar a ex-deputada para unificar o partido e buscar alianças com o PCB e PSTU, legendas de esquerda, sem representação no Congresso e tempo de TV.
Em entrevista ao Estado, Randolfe ressaltou as afinidades do partido com o Movimento Passe Livre, responsável por convocar as primeiras manifestações. "A pauta de transporte coletivo, de tarifa zero, de educação e da saúde, de mais investimento público, é a nossa pauta. Quem dialoga com as ruas somos nós", afirmou. "Um país capaz de construir obras enormes, de reconstruir o Maracanã para atender à Fifa, tem dinheiro de sobra para atender ao que o povo reclamou em junho."
Ruptura. O senador disse se diferenciar da presidente Dilma Rousseff (PT) e dos prováveis candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) por defender uma ruptura na economia. "Não é aceitável que o único padrão de contenção da inflação seja a alta taxa de juros, a maior do planeta. Há 20 anos isso ocorre e tem representado estagnação e desemprego e ninguém apresenta alternativa a este modelo."
O nome de Randolfe enfrentou resistências em setores tidos como mais "radicais" do partido porque em 2010 foi necessária uma intervenção da executiva nacional do PSOL para impedir que o diretório do Amapá fechasse uma aliança com Lucas Barreto (PTB), candidato ao governo apoiado também pelo ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB). Eleito ao Senado, Randolfe distanciou-se do grupo de Sarney e ajudou o PSOL a eleger em Macapá seu primeiro prefeito em uma capital, Clécio Luis.
O PSOL elegeu ainda Luiz Araújo para presidir a legenda. Ele é funcionário do gabinete de Randolfe e professor da UnB. A executiva do partido será decidida nas próximas semanas.
Fonte: O Estadão
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