Coronel Chico Heráclio, sentado em sua cadeira,
no município de Limoeiro, quando guardava luto
pelo falecimento de sua segunda esposa, D. Virgínia (1955)
A intenção do post é simplesmente ilustrar para o leitor do Acerto de Contas algumas posturas politicas e o poder de um chefe, coronel, mandão local (ou outro título que se lhe o conceda) para com qualquer representante do poder Estadual dentro de seus domínios.
Claro que o caso de Chico Haráclio é um caso especial, tendo em vista sua intensa atividade de publicação de textos e boletins em jornais e outros veículos de comunicação, bem como a posição política estratégica de seu município. Os grifos são nossos e apenas reforçam certos termos e pedidos.
Segue o boletim do coronel:
“No tempo do Estado Forte, passei, sete anos, de baixo, mesmo assim, nunca deixei de atender aos meus amigos e correligionários, satisfazendo-os independente de política. Nunca os abandonei. E por isso eles também não me abandonaram, o que deram a prova quando houve as primeiras eleições para Presidente da República. Quando estava para chegar a Democracia, um dia chegou à minha casa um emissário do interventor Agamenon Magalhães, por sinal Dr. Oswaldo Lima, me dizendo que o Dr. Agamenon mandara me entregar Limoeiro. Eu respondi que, aqui, ele tinha a Polícia e o Prefeito. Limoeiro era do povo, logo ele nada tinha para me entregar.
Depois, veio, outro emissário, o Dr. Novais Filho e como confiava nos meus amigos fiz as seguintes exigências: 1° voltar o distrito do Cedro a Limoeiro. 2° botar água em Limoeiro e 3°: Dr. Severino Pinheiro ser incluído na chapa de deputados federais.
Por aí demonstro que não tenho vaidade de grandeza, pois tive oportunidade e nada pedi para mim. Até hoje, não tive orgulho e nem vaidade de ser grande, porque se tivesse no primeiro oferecimento teria aceitado a chefia de Limoeiro.”
Boletim do coronel Chico Heráclio, datado de 1954.
Fonte: Marcos Vinicius Vilaça e Roberto Cavalcante de Albuquerque. Coronel, coronéis. 4° ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. pág. 149.
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