sábado, 24 de agosto de 2024

70 anos sem Getúlio Vargas

 

No dia 24 de agosto de 1954, o Brasil tomava um choque ao ouvir a notícia de que o então presidente Getúlio Dornelles Vargas havia cometido um suicídio com um tiro no peito, aos 72 anos de idade. Mesmo passado tanto tempo após sua morte, Getúlio é relembrado até os dias de hoje como o autor das famosas leis trabalhistas e por também ter modernizado o Brasil. 

Getúlio, nascido em 19 de abril de 1882, ainda na fase final do Brasil Império, faltando sete anos para a proclamação da República, em São Borja, Rio Grande do Sul, foi o presidente que mais tempo esteve na cadeira presidencial brasileira. Na primeira vez, foram quase quinze anos ininterruptos, de 03 de novembro de 1930 a 29 de outubro de 1945, e a segunda vez foi entre 31 de janeiro de 1951 e 24 de agosto de 1954, um total de mais de dezoito anos. 

Getúlio Vargas foi responsável por desmantelar a chamada "República Velha" em vigor desde a proclamação, em 1889, até 1930. Na realidade, Vargas chegou ao poder de uma forma um tanto ilegal: havia perdido para Júlio Prestes, mas as denúncias de fraude e o assassinato de João Pessoa (que era o candidato a vice de Vargas) fizeram eclodir a revolução que impediria a posse de Prestes, deporia o presidente Washington Luís e daria poder a Getúlio Vargas. Acabava o monopólio político de São Paulo e Minas Gerais, e o Brasil se modernizava. Até 1934, o Governo foi de caráter provisório, durando até a promulgação da Constituição; Vargas foi eleito presidente pelo Congresso e manteve o caráter constitucional até 1937, quando a ditadura do Estado Novo foi lançada, até 1945. 

Voltou ao poder em 1951, eleito pelo povo no ano anterior, mas não possuindo a mesma vitalidade que da primeira vez, acabou sendo pressionado para renunciar principalmente após o atentado contra Carlos Lacerda, jornalista de oposição. Preferiu cometer o suicídio, e a presidência foi assumida por João Café Filho. Mesmo depois de morto, Vargas demonstrou força, com a eleição em 1955 de Juscelino Kubitschek para presidente, e de João Goulart, afilhado político de Vargas, para vice, que teve mais votos que o próprio Juscelino. Ainda hoje, o legado de Vargas é reivindicado pelo PDT, que se considera o verdadeiro sucessor do antigo PTB. 

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