quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Armando vai ao confronto com Paulo no debate da TV Jornal

Armando, Paulo e Zé Gomes no primeiro bloco do debate / Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Armando, Paulo e Zé Gomes no primeiro bloco do debate

Arnaldo Carvalho/JC Imagem

Os três candidatos ao governo de Pernambuco não fugiram dos scripts que se esperava deles, no debate da TV Jornal, realizado na noite desta terça-feira (16). Destacando, sempre que podia, o legado do ex-governador Eduardo Campos e repetindo exaustivamente termos como “saber fazer”, Paulo Câmara (PSB) se apresentou como o líder natural da Frente Popular. Em processo de queda nas pesquisas, o senador Armando Monteiro (PTB) buscou o embate com Paulo, ora usando da ironia, ora citando pontos fracos da gestão do PSB à frente do governo. Não deixou de lado a polêmica do avião Cessna, em que morreram Eduardo e outras seis pessoas. Já Zé Gomes (PSOL) adotou uma postura de independência, sempre alegando que as candidaturas de Armando Monteiro e Paulo Câmara são “faces de uma mesma moeda”.
Em suas respectivas apresentações no debate, os três candidatos ao governo deram os tradicionais cartões de visita. Paulo Câmara (PSB) se apresentou como a continuação natural do legado de quase oito anos de Eduardo Campos. Em segundo lugar nas pesquisas, Armando Monteiro (PTB) disse ter experiência para fazer o Estado crescer mais. E Zé Gomes (PSOL) pediu uma “inversão de prioridades”, revertendo o crescimento econômico de Pernambuco em prol do desenvolvimento social.
A primeira pergunta entre os candidatos foi de Zé Gomes a Paulo Câmara. O candidato do PSOL ironizou o discurso da “nova política” adotado pelo PSB, citando uma suposta doação oculta de R$ 8 milhões à campanha socialista. “As doações foram todas legais, e eu faço parte de uma nova geração que aplica o planejamento e a gestão, sempre ouvindo o povo”, respondeu Paulo, citando, de novo, o nome de Eduardo. “Trata-se de uma nova cara da velha política”, fuzilou Gomes na tréplica.
Em sua pergunta a Armando, Paulo citou como compromisso de campanha o aumento do piso dos professores para R$ 4 mil em quatro anos, indagando depois como o petebista faria o mesmo. Com um tom mais irônico e agressivo, o petebista disparou: “Como candidato você é generoso, Paulo, mas como secretário você foi perverso com o funcionalismo e não reverteu para a categoria os ganhos dos períodos de maior arrecadação do Estado”.
No momento mais tenso do primeiro bloco, Armando tentou uma dobradinha – não correspondida – com Zé Gomes, perguntando ao candidato do PSOL sobre a procedência do avião Cessna que caiu há pouco mais de um mês em Santos (SP), matando Eduardo Campos e outras seis pessoas. “É um episódio que precisa ser esclarecido, mas a campanha do PSB não é a única com esse tipo de prática, Armando. A sua também recebe doações milionárias”, emendou Zé Gomes.
No segundo bloco, a direção do debate concedeu direito de resposta ao candidato Paulo Câmara. Ele respondeu à acusação feita por Armando que associou o seu nome ao beneficiamento recebido pela empresa Bandeirantes Pneus na gestão do ex-governador Eduardo Campos, quando Paulo ainda era secretário da Fazenda. Paulo afirmou que a Justiça Eleitoral já confirmou que a suposta relação com a empresa é “inverídica” e que o financiamento, concedido pelo Estado em 2005, foi realizado através de um colegiado, integrado pela Fiepe com a participação de Armando.
Paulo Câmara foi o primeiro candidato a responder a uma pergunta feita por telespectador, que buscava conhecer quais eram as propostas do candidato para a infraestrutura de Goiana, na Mata Norte. O socialista disse que, caso seja eleito, levará 40 escolas técnicas para a região e capacitará 50 mil jovens. Ele ainda ressaltou que irá manter as parcerias com os gestores municipais através do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM). Armando, da coligação adversária, rebateu a resposta de Paulo afirmando que o governo do Estado tem sido omisso com o crescimento do município. “Goiana precisa de um plano diretor para que não se gere desequilíbrios”, disse.
Em resposta ao segundo telespectador, Armando criticou o atual modelo de segurança pública do Estado. Para ele, é preciso haver uma repactuação do programa Pacto Pela Vida, carro-chefe da gestão socialista. Ele propôs a criação de centros de polícias cidadãs no interior e a expansão das delegacias especializadas. “A sociedade reclama uma ação emergencial. O Pacto (Pela Vida) tem que ter um olhar sobre todas as espécies de delitos”, disse. Sobre o assunto, Zé Gomes cobrou a realização de uma Conferência Estadual de Segurança Pública com a participação da população e criticou a “criminalização da pobreza”.
Questionado sobre a possibilidade do governo exigir a abertura da planilha de lucros do Grande Recife Consórcios, Paulo se esquivou na resposta. O postulante apenas reforçou que finalizará os projetos do BRT, dos corredores exclusivos para ônibus e da navegabilidade do Rio Capibaribe.
O terceiro bloco começou com o jornalista Antônio Martins Neto, da JC News, perguntando a Paulo Câmara sobre o real sentido do planejamento no governo do PSB, quando a Faculdade de Odontologia de Arcoverde, no Sertão, está sem aulas há oito meses. “Nossa filosofia é planejar, fazer e, caso necessário, corrigir os erros”, respondeu o socialista. 
A jornalista Inês Calado, do portal NE10, perguntou a Zé Gomes sobre a viabilidade do discurso de esquerda junto à maioria da população. “Falamos de problemas reais do povo e enfrentamos uma campanha desigual. Temos apenas 72 segundos de guia eleitoral”, respondeu o candidato.
O editor de Política do JC, Gilvandro Filho, perguntou a Armando Monteiro qual seria sua atual atividade empresarial. “Estou há 15 anos na vida política, mas sou apenas acionista da Noraço S/A, uma empresa com 68 funcionários”, informou.
No quarto bloco, Paulo Câmara perguntou a Armando Monteiro se ter experiência como servidor público não seria um requisito para ser governador, referindo-se ao seu próprio perfil. Armando aproveitou o ensejo para reforçar que Paulo possui experiência na burocracia. “Você é herdeiro. A você seria atribuído a gerência, nunca a liderança”, cravou. Por sua vez, Paulo ressaltou que o petebista não possui experiência na administração pública, apenas na vida privada e que nessa não teria obtido êxito. 
Disparando contra a atual gestão e o ex-secretário Paulo Câmara, Armando perguntou a Zé Gomes qual a avaliação que fazia da falta de atendimento humanizado na saúde pública. O candidato do PSOL fez duras críticas à administração dos hospitais através das Organizações Sociais (OSs), mas sublinhou que “esse também é o modelo proposto pelo senador”. Armando colocou que pretende criar Centros de Diagnósticos de Imagem no interior do Estado.
No último bloco, Zé Gomes respondeu à pergunta de um telespectador sobre projetos para o turismo. “Vamos enviar um projeto de lei prevendo que os artistas locais sejam pagos primeiro que os contratados de fora”, ressaltou. Sobre a saúde no interior, Paulo ratificou a promessa de construir quatro novos hospitais e seis UPAs especialidades. Armando citou os BRTs parados por conta da não conclusão do Corredor Leste-Oeste e defendeu o equilíbrio entre a tarifa de ônibus e a remuneração dos rodoviários. 
Nas considerações finais, o petebista Armando destacou a sua experiência e capacidade de liderança. O socialista Paulo, mais uma vez, citou Eduardo Campos e prometeu continuar o seu legado. Já Zé Gomes clamou por um governo com maior participação popular.

FONTE: JC ONLINE


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