O escritor Olavo de Carvalho, considerado um “guru” do
bolsonarismo, defendeu que o presidente Jair Bolsonaro renuncie ao cargo
caso não seja capaz de “defender a liberdade dos seus mais fiéis
amigos”. Nas redes sociais, Olavo defendeu que o presidente deveria sair
da cena política antes que perdesse prestígio.
“Bolsonaro: Se você não é capaz nem de defender a liberdade dos seus
mais fiéis amigos, renuncie a vá para casa antes de perder o prestígio
que em outras épocas soube merecer”, escreveu Carvalho em sua conta no
Twitter. Em outra mensagem, ele esclareceu que a crítica não equivale a
pedir sua renúncia imediata. “Não pedi renúncia nenhuma, pus a coisa no
condicional.”
O escritor não disse quem seriam os fiéis amigos que precisariam da defesa do presidente. Como mostrou o Estadão
há cerca de duas semanas, Olavo passa por um período de turbulência
financeira após 250 empresas dissociarem suas marcas de conteúdos
publicados por Olavo. Ele chegou a perder cerca de 30% dos alunos que
pagavam mensalidades de seus cursos por meio do PayPal, uma das empresas
que baniu Olavo.
Em outubro, ele também foi condenado a pagar uma indenização de R$
2,9 milhões a Caetano Veloso, por propagar informações falsas contra o
artista.
Além disso, em resposta à mensagem do guru nas redes, seguidores de
Olavo reclamam das prisões do blogueiro Oswaldo Eustáquio e da militante
Sara Fernanda Giromini. Apoiadores de Bolsonaro, os dois foram detidos
em situações diferentes.
A Polícia Federal investiga a participação dos dois em um suposto
esquema de organização e financiamento de atos em defesa da ditadura
militar e pelo fechamento do Congresso Nacional. Eustáquio foi preso em
julho após transitar pela fronteira com o Paraguai e foi proibido pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de utilizar
as redes sociais (sua conta é administrada hoje por aliados).
Há duas semanas, a Justiça Eleitoral mandou tirar do ar um vídeo
publicado pelo blogueiro com acusações “sabidamente inverídicas” contra o
candidato Guilherme Boulos (PSOL). No vídeo, Eustáquio alegou que o
psolista usa empresas de vídeo para ‘lavar dinheiro’, acusação que foi
usada pela campanha de Celso Russomanno (Republicanos), derrotado no
primeiro turno. A Justiça também determinou a suspensão do canal na
internet.
FONTE: REVISTA ISTO É