Num espaço de apenas sete dias, acompanhamos dois fatos que sacudiram a política de Limoeiro. Na última sexta-feira, o vereador Daniel do Mercadinho anunciou rompimento com a gestão do prefeito Orlando Jorge. Mas o prefeito, se por um lado, perdeu Daniel, por outro, anunciou ontem a adesão de ninguém menos que Marcelo Motta, seu principal adversário na disputa de 2020. Tal gesto não é novidade em Limoeiro. Na década de 90, um outro fato político dessa natureza ocorreu, dessa vez, tendo Orlando do outro lado: nas eleições de 1996, Orlando Jorge havia perdido a disputa pela Prefeitura para Luís Heráclio; quatro anos depois, Luís Heráclio não só tinha Orlando como seu aliado como até mesmo foi seu candidato a vice-prefeito em 2000, tendo sido eleitos. Na época, a oposição disputou tendo como candidato o empresário Ricardo Teobaldo, na época apenas conhecido como irmão do ex-prefeito José Artur Teobaldo.
Na ocasião, a oposição era representada pelo ex-prefeito José Artur (que havia apoiado Luís Heráclio, mas romperam assim que ele assumiu), e em dado momento, passou a ter também o então vice-prefeito Paulo Siqueira (motivo pelo qual ele foi trocado por Orlando em 2000).
O cenário atual ainda é incerto, já que algumas perguntas pairam no ar. O vice-prefeito Zé de Nena não estava presente ao evento do anúncio da adesão de Marcelo, entretanto, o prefeito Orlando justificou a ausência do vice por compromissos no seu empreendimento. Já o deputado federal Ricardo Teobaldo também não se pronunciou, pelo menos até o momento.
Se nada mudar, temos atualmente em Limoeiro como representantes da oposição quatro vereadores (Daniel do Mercadinho, Zé Higino, Neto Siqueira e Luiz do Matadouro), além de outras lideranças, sabidamente o deputado estadual Henrique Queiroz Filho, que trabalha o nome de Gernan Bione para a disputa municipal, e o ex-prefeito Joãozinho.
Nos últimos dias, Daniel do Mercadinho também tem tido seu nome lembrado para uma disputa pela Prefeitura, o que ele não confirma nem nega. O pensamento de Daniel é o mesmo de muitos integrantes da oposição, ainda mais agora: a oposição precisa se unir, se quiser ainda sonhar com a Prefeitura já em 2024. Lançar mais de uma candidatura pelo campo oposicionista é praticamente suicídio político, e dar mais quatro anos para Orlando. Cogita-se que Marcelo possa ser o vice de Orlando (nada confirmado).
Até então, Marcelo era o principal nome da oposição, que mesmo sem tanto apoio político, detém um grande capital de votos. Ainda é cedo para se apontar um horizonte, uma vez que ainda precisa-se saber qual o impacto na população limoeirense e nos pretensos eleitores de Marcelo com essa adesão dele à gestão, uma vez que quem iria votar nele não o terá mais como candidato. Dessa parcela do eleitorado, parte deve seguí-lo e apoiar Orlando, mas outra parte vai preferir outro nome do campo oposicionista.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
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