Todo dia 15 de novembro é lembrado o dia da Proclamação da República. O Brasil, que havia se tornado independente em 1822, virou monarquia, mas trocou de regime em 15 de novembro de 1889, 67 anos, dois meses e oito dias depois da Independência. No regime anterior, o Imperador era vitalício, além de passar o cargo de pai pra filho. Tivemos dois imperadores: D. Pedro I e seu filho, D. Pedro II.
Na República, o governo é exercido por um Presidente, eleito pelo povo de quatro em quatro anos. O Brasil já teve até o momento atual 39 presidentes, sendo o primeiro o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (1889-1891) e o atual Luiz Inácio Lula da Silva, desde 2023.
Na história republicana, 36 cidadãos exerceram a presidência, sendo que três deles a exerceram duas vezes cada. Tivemos ainda duas juntas militares de três pessoas cada e três pessoas que foram ungidas ao cargo de presidente, mas não assumiram.
MOMENTOS HISTÓRICOS:
A República costuma ser dividida em República da Espada (1889-1894), República do Café com Leite ou República Velha (1894-1930), Era Vargas (1930-1946), República Populista (1946-1964), Regime Militar (1964-1985) e Nova República (desde 1985).
REPÚBLICA DA ESPADA
Os cinco primeiros anos da República ganharam esse nome por ter sido exercida por dois marechais que usaram de força para se manter no Governo. O Marechal Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente, sendo provisório, de 1889 a 1891, e presidente constitucional em 1891, renunciando e passando o poder para seu vice-presidente, o Marechal Floriano Peixoto, que governou até 1894.
REPÚBLICA DO CAFÉ-COM-LEITE
Esse período de 1894 a 1930 recebe essa alcunha por causa da alternância de poder entre mineiros e paulistas. Nessa época, Minas Gerais era grande produtora de leite, e São Paulo, de café. Os três primeiros foram paulistas: Prudente de Morais (1894-1898), Campos Sales (1898-1902) e Rodrigues Alves (1902-1906). Em seguida, o mineiro Afonso Pena (1906-1909) assumiu, mas morreu durante o mandato, sendo sucedido pelo carioca Nilo Peçanha (1909-1910). O sobrinho de Deodoro, Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (1910-1914) governou em seguida, e foi sucedido por Venceslau Brás (1914-1918), presidente durante a Primeira Guerra Mundial. Rodrigues Alves foi eleito novamente em 1918, mas faleceu sem tomar posse, sendo sucedido por Delfim Moreira (1918-1919), que como mandava a Constituição, convocou novas eleições, sendo eleito o paraibano Epitácio Pessoa (1919-1922). Os dois últimos governos desse período foram os de Artur Bernardes (1922-1926) e Washington Luís (1926-1930).
ERA VARGAS
Em 1930, Júlio Prestes foi eleito, mas foi impedido de tomar posse pela Revolução de 1930. Washington Luís foi deposto, e assumiu a Junta Militar, a primeira, composta pelo General Mena Barreto, General Tasso Fragoso e Almirante Isaías de Noronha, que entregaram o poder a Getúlio Vargas, que havia perdido a eleição para Prestes. Getúlio governou de 1930 até 1945, sendo o mais longo governo da história, em três fases: Provisório (1930-1934), Constitucional (1934-1937) e Estado Novo (ditadura, 1937-1945). Vargas foi deposto em 1945, assumindo José Linhares, que ficou até janeiro de 1946.
REPÚBLICA POPULISTA
O General Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) foi o primeiro presidente desse período, caracterizado por medidas conhecidas como "Populismo". Getúlio Vargas (1951-1954) retornou ao poder pelo voto, mas cometeu suicídio antes do fim do seu mandato, sendo sucedido por Café Filho (1954-1955). Em 1955, Carlos Luz assume a presidência com a doença de Café Filho, mas fica apenas três dias, sendo sucedido por Nereu Ramos (1955-1956). Toma posse em seguida Juscelino Kubitschek (1956-1961), sendo ao lado de Dutra, o único a completar o mandato nesse período. JK é lembrado até hoje pela fundação de Brasília. Depois, seguem-se governos caracterizados por crises políticas: Jânio Quadros (1961), que renunciou no mesmo ano, Ranieri Mazzili (1961) e João Goulart (1961-1964), que foi derrubado pelo Golpe Militar.
REGIME MILITAR
Depois do Golpe Militar, Ranieri Mazzili (1964), que era o presidente da Câmara, voltou a assumir a Nação enquanto era eleito o primeiro presidente da Era Militar. Esse período foi caracterizado por presidentes militares eleitos indiretamente, e por excessivo autoritarismo. Governou primeiro o Marechal Castelo Branco (1964-1967), sendo depois sucedido pelo Marechal Arthur da Costa e Silva (1967-1969). Nesse ano de 1969, Costa e Silva sofreu um derrame e era para ser substituído por seu vice, Pedro Aleixo, que foi impedido por ser um simples jornalista civil, e assim entrou uma Junta Militar, a segunda, formada pelo General Aurélio de Lyra Tavares, o Almirante Augusto Rademaker e o Brigadeiro Márcio Melo. Essa junta passou o governo para o General Emílio Garrastazzu Médici (1969-1974), e os dois últimos presidentes militares foram o General Ernesto Geisel (1974-1979) e o General João Figueiredo (1979-1985), que representaram a fase final do regime, quando o mesmo perdeu força.
NOVA REPÚBLICA
O primeiro civil eleito foi Tancredo Neves, mas ele morreu antes de assumir, sendo sucedido por seu vice, José Sarney (1985-1990). Em seguida, foi eleito Fernando Collor (1990-1992), primeiro a ser eleito pelo povo desde Jânio Quadros, mas também o primeiro a ser afastado por um impeachment, sendo sucedido por seu vice Itamar Franco (1992-1995). Depois do Plano Real, assumiram os seguintes presidentes eleitos e reeleitos: Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e Dilma Rousseff (2011-2016), que em seu segundo mandato, sofreu um impeachment e foi sucedida por seu vice Michel Temer (2016-2019). Em seguida, é eleito Jair Bolsonaro (2019-2023), mas este não consegue a reeleição e acaba sendo sucedido por Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou em 2023.
CURIOSIDADES DIVERSAS SOBRE OS PRESIDENTES:
Geração de Presidentes (inclusos os membros das juntas militares e os que não assumiram):
Nascido durante o Primeiro Reinado: Deodoro da Fonseca
Nascido durante o Período Regencial: Floriano Peixoto
Nascidos durante o Segundo Reinado: Campos Sales, Prudente de Morais, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Hermes da Fonseca, Epitácio Pessoa, Nilo Peçanha, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Tasso Fragoso, Washington Luís, Isaías de Noronha, Mena Barreto, Artur Bernardes, Júlio Prestes, Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra, José Linhares e Nereu Ramos.
Nascido durante a República da Espada: Carlos Luz
Nascidos durante a República Café com Leite: Castelo Branco, Café Filho, Arthur da Costa e Silva, Pedro Aleixo, Juscelino Kubitscheck, Augusto Rademaker, Aurélio Tavares, Emílio Garratazzu Médici, Márcio Melo, Ernesto Geisel, Tancredo Neves, Ranieri Mazzili, Jânio Quadros, João Figueredo, João Goulart, José Sarney e Itamar Franco.
Nascidos durante a Era Vargas: Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva.
Nascidos durante a República Populista: Dilma Rousseff, Fernando Collor e Jair Bolsonaro.
Ex-presidentes vivos: José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, Dilma Rousseff, Fernando Collor e Jair Bolsonaro, além do atual Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro presidente a falecer foi Deodoro da Fonseca, em 1892, e o mais recente foi Itamar Franco, em 2011.
Presidente mais longevo: Venceslau Brás, morreu aos 98 anos em 1966.
Presidente menos longevo: Delfim Moreira, morreu aos 51 anos em 1920.
Além de Venceslau, os campeões em longevidade são dois ex-presidentes ainda vivos (José Sarney, que tem 94 anos, e Fernando Henrique, que tem 93), e mais Eurico Gaspar Dutra, que morreu aos 91 anos, e Ernesto Geisel, falecido aos 89 anos. Já os que viveram menos, além de Delfim, foram Floriano Peixoto, Nilo Peçanha (ambos mortos com 56 anos), João Goulart, que viveu 58 anos, e Prudente de Morais, que morreu aos 61 anos.
Presidente mais velho a assumir: Luiz Inácio Lula da Silva, terceiro mandato em 2023, aos 77 anos.
Presidente mais novo a assumir: Fernando Collor, aos 40 anos, em 1990.
Mandato presidencial mais longo: Getúlio Vargas, de 3 de novembro de 1930 a 29 de outubro de 1945, totalizando 14 anos, 11 meses e 26 dias.
Mandato presidencial mais curto: Carlos Luz, de 8 de novembro a 11 de novembro de 1955, apenas três dias.
Dois presidentes morreram durante o mandato: Afonso Pena (1909) e Getúlio Vargas (1954). Como Getúlio já havia sido presidente anteriormente, Afonso Pena foi o único que nunca foi "ex-presidente".
Presidentes que não assumiram: Júlio Prestes (1930), eleito, mas impedido de assumir pela Revolução de 1930; Pedro Aleixo (1969), na linha de sucessão, impedido de assumir pela Junta Militar; Tancredo Neves (1985), eleito presidente, mas faleceu antes da posse; Rodrigues Alves (1919) também morreu antes da posse, mas ele já havia sido presidente na década anterior.
ESTADOS DOS PRESIDENTES:
Presidentes de estados de quatro das cinco regiões brasileiras governaram a Nação. A Região Norte foi a única região a não ter tido presidente até agora. (Obs, na lista consta os estados onde nasceram, e não necessariamente, onde fizeram carreira política).
SÃO PAULO: Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Júlio Prestes, Ranieri Mazzili, Michel Temer e Jair Bolsonaro.
MINAS GERAIS: Afonso Pena, Venceslau Brás, Delfim Moreira, Artur Bernardes, Carlos Luz, Juscelino Kubitscheck, Pedro Aleixo, Tancredo Neves e Dilma Rousseff.
RIO DE JANEIRO: Nilo Peçanha, Washington Luís, Isaías de Noronha, Augusto Rademaker, João Figueiredo, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso.
RIO GRANDE DO SUL: Hermes da Fonseca, Mena Barreto, Getúlio Vargas, João Goulart, Costa e Silva, Garrastazzu Médici e Ernesto Geisel.
SANTA CATARINA: Nereu Ramos e Márcio Melo.
BAHIA (Mar Territorial Brasileiro): Itamar Franco.
ALAGOAS: Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto
PERNAMBUCO: Luiz Inácio Lula da Silva.
PARAÍBA: Epitácio Pessoa e Aurélio Tavares.
RIO GRANDE DO NORTE: Café Filho.
CEARÁ: José Linhares e Castelo Branco.
MARANHÃO: Tasso Fragoso e José Sarney.
MATO GROSSO: Eurico Gaspar Dutra.
MATO GROSSO DO SUL: Jânio Quadros.
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